sábado, 30 de abril de 2011

O cúmulo dos cúmulos I

I-  Uma fã morreu esta semana de um ataque cardíaco, enquanto esperava o início do show de Lady Gaga.
II- Globo censura beijo gay no seriado dos Sympsons.
III- Jacaré de boca aberta no banheiro de uma mulher- Aconteceu na Flórida.
IV- "35 R$ não é dinheiro para o povo de Mossoró". Frase de uma pedinte, em carro de som, pelas ruas da cidade.
V- Professor pagar imposto de renda- Qual a diferença da monarquia para o presidencialismo? Nenhuma. Tanto uma, quanto o outro adoram cobrar impostos. Os pobres e a classe média são quem sustentam este país. O povo que se dane.
VI- " São Paulo acerta transmissão pela globo por 70 milhões- Tudo isso só pra ver futebol?!!!!
VII- Crianças jogadas em lixões, em rios. O ser humano é um bicho.
                   
                   Retirados da internet- http://www.osvigaristas.com.br/frases/cumulos


O cúmulo da sagacidade é vender viagra no asilo.
O cúmulo da indelicadeza é colocar uma placa de volte sempre em uma funerária.
O cúmulo de ser emo é fazer chapinha nos pelos da bunda.
O cúmulo da paciência é lavar um caminhão com um conta-gotas.
Cúmulo da macheza: o cara ser macho até debaixo de outro.
O cúmulo da confiança são dois canibais fazendo um 69.
O cúmulo da dúvida é ver sua sogra cair do 20º andar em cima do seu carro novo. Você não sabe se ri ou se chora..
O cúmulo do engano é matar uma idosa no dia do seu aniversário porque alguém gritou: "Apaga a velinha!
O cúmulo da magreza é usar um anel na cintura e ainda brincar de bambolê.
O cúmulo da velocidade é cagar de cima de um prédio, descer pelas escadas e ainda ver o cu se fechando.
                                                                                                             Até a próxima.

sexta-feira, 29 de abril de 2011

Ida à UERN

Sentir o clima de uma universidade é muito diferente das demais instituições de ensino. Hoje fui à UERN e vendo aquela efervescência de alunos, jovens universatários, relembrei do meu tempo de estudante. É a melhor fase de nossa vida. Quem me dera, ganhar só para estudar, mas isso só para os doutores e mesmo assim, depois de muitos anos em sala de aula.
A imensidão do campus, hoje muito maior do que no meu tempo. O encontro com ex-alunos do ensino médio. O clima agradável deste dia. Tudo isso foi favorável para me sentir bem fisicamente e bem com minhas lembranças. Amanhã, voltarei a ser aluno, por um mês, estaremos discutindo análise do discurso. 
Na volta, percebi o quanto a cidade está bonita. Seus prédios altos, coloridos, mudando o cartão postal da cidade. Dizem que Mossoró vai ter cinco viadutos. Está precisando. Quando estamos na metade da Leste-oeste, o teto de uma igreja evangélica nos acena, como se nuvens fosssem. Nuvens branquinhas, sem textura, parece um céu totalmente branco à espera do azul, do cinza, do lilás da tarde. Nesse encontro de estrada, teto e céu, lá vou eu, passando com minha moto. Apenas mais um traseunte, dessa cidade que cresce em números de transporte.
É sempre bom voltar as nosssas origens. A UERN ainda me encanta. Leste-oeste , aí vamos nós outra vez, por enquanto, durante um mês.

quinta-feira, 28 de abril de 2011

Os sentidos de plebeu

Nunca estive errado quanto ao sentido de plebeu. Segundo o Aurélio, "pai dos burros'", plebe significa, "o conjunto de pessoas pertencentes à classes menos favorecidas; povo; patuleia; zé-povinho". Volto a este assunto dos sentidos das palavras para tratá-lo linguisticamente, só que, dentro da análise do discurso.

Não se fala em outro assunto que não seja o casamento do príncipe Willian com Kate Middleton. A imprensa diz, com a "pebleia Kate Middleton". Quando Diana se casou com Charles foi tratada da mesma forma, com o mesmo termo. Eu pensava que Lady Di viesse de uma classe popular, exatamente como o termo sugere, mas  era de uma família abastada. Ela pertencia a aristocrata família Spencer, descendente da Casa dos Stuart. Tinha com ascentrais Roberto I da Escócia, Maria I da Escócia, Carlos II da Inglaterra e Jaime II da Inglaterra. Como se vê, não era da plebe rude.

Amanhã o filho da princesa de gales se casará com uma moça de família rica, o pai é empresário e a famíla cuida da empresa  "Party Pieces, uma companhia que vende material para festas infantis via vendas por catálogo. A empresa tornou-os milionário". Portanto, nada tem de plebeia.

Vemos, pois, que a forma como a imprensa tratou e trata as noivas da famíília real como plebeias, é uma maneira de aproximar o povo da casa Real. É um modo de mostrar que a realeza se preocupa com o povo, não está tão distante daqueles que são normais e são maioria. É como se estivessem dizendo: - Olhem, estamos aqui. Fazemos parte do cotidiano de vocês. A monarquia continua viva.

Pelo visto, pelo sensacionalismo da mídia, não vai morrer tão cedo. Enquanto isso, aguardam-se escândalos, que é disso que o povão gosta ,como também a elite. No futuro veremos, se o irmão de William escolherá ou não, uma moça da classe média ou abaixo. Isso se o pai e avó deixarem. Tudo pode acontecer. Quem for vivo, verá.

quarta-feira, 27 de abril de 2011

professor versus ator

O professor, ás vezes, é uma espécie de ator. Muitas vezes para sairmos da rotina temos que apelar para outras metodologias e isso inclui cantar, recitar, dramatizar, tudo isso, lógico, em sintonia com o conteúdo ministrado. Mas não vou discorrer sobre didática. Queria que o ofício de professor fosse prazeroso tal qual o de um artista e que o educador, também ganhasse igual.
Bibi Ferreira está com 88 anos e tomara que viva mais, pois seu talento é incomparável. Bete Mendes numa entrevista para Angélica disse que queria morrer em cima do palco. Qual é o professor que diz isso? Raros são. Se for professor universitário, tudo bem, mas os de outros níveis, nada tem a comemorar. Como vai ser um professor com 60 anos dentro de uma sala de aula do ensino fundamental? Se pelo menos fôsssemos valorizados financeiramente para trabalharmos um expediente e tivéssemos tempo para estudar, a coisa seria diferente. A educação desse país mudaria. O professor se orgulharia do seu ofício. Acho essa palavra muito bonita. Tomara que um dia possamos dizer o que falou Beth Mendes, mas nos falta perspectiva, incentivo.
Acredito que somos donos do nosso destino. Somos condicionados à cultura, à genética, mas não somos determinados, como dissse Paulo Freire em Pedagogia da autonomia, por isso devemos lutar por melhorias, sem união, ética e solidariedade profissional mudanças não haverão.

terça-feira, 26 de abril de 2011

À minha musa

                 I
Para que se faz poesia?
Se a poesia é inútil
Se a poesia não é medicina
Não tem utilidade
Não tem retorno em dinheiro.

                II

Poesia tantas vezes não lida.

O poeta procura pela poesia
nos oceanos
no cosmo infinito
no indizível
até na morte.

O poeta é um órfão.

Alguns leitores o encontram
outros o deixam passar
para buscá-lo bem mais tarde.

Quando os dois se encontram.
Que momentos bons!
Que prazer!

Poesia é transfiguração
É encontro de almas gêmeas
É princípio sem fim.

Poesia é cotidiano
é cirscunstãncia,
mas se perfaz no futuro.

Poesia é chuva de prata
ou são lágrimas de prata
jorrados pelo poeta
pirata de palavras e sentidos?

Desvenda o mundo, poeta
só tua autarquia
faz-me diferente
e inerente a esse mundo.

Salve!
Castro Alves. Drumond. Adélia.
Marise Castro. Iracema Macedo. Zila Mamede.
Aluísio Barros. Pessoa. Florbela Espanca. Sophia.

segunda-feira, 25 de abril de 2011

A inveja


Gente, sou invejoso. Tenho inveja de quem sabe nadar, como as coisas andam, de repente sou abordado por um marginal na praia, ele me leva pra o mar e me mata afogado. Se soubesse nadar, isso não aconteceria.
Tenho inveja de quem sabe dirigir. Se minha mãe passa mal de madrugada e meu irmão não estiver em casa, quem vai levá-la para o pronto atendimento. Esperar pelo Samu, não dá.
Tenho inveja de quem anda de bicicleta e não se cansa. Tenho inveja de quem come doce e nem engorda. Gente, como sou invejoso.
                                                 
                                                                    ***
Agora, inveja de ex-presidentes é o fim: "FHC chama Lula para o ringue".( Veja, 27/04/11) Para quen não entendeu, FHC chamou Lula para concorrer novamente à presidência e tem certeza de que ganha do ex- metalúrgico, mas desistiu por causa da idade. Pode!?

domingo, 24 de abril de 2011

Mudanças

 O tempo passa e mudamos certos hábitos, ficamos mais exigentes. Hoje posso dizer que estou assim. Demoro mais tempo no banho do que antes. minhas prioridades são pescoço e pernas, antes tão desprezados, pela correria mesmo, pela falta de tempo. Tenho três tipos de sabonetes: um para o rosto, um para o corpo e outro para as partes íntimas. No meu aniversário ganhei um caixa de sabonetes, o melhor que usei até hoje. As camisas ficam cheirosas. Vou continuar usando.
Passei a gostar de farofa, a misturar comida no prato, tudo fica uma delícia. Tudo que foi dito até agora, foi aos trinta anos. Agora aos quarenta, até cebola passei a comer, só falta pimentão.
Ainda falta muitas coisas para melhorar, como exemplo escolher melhor as pessoas com as quais me envolvo, mas é questão de tempo. Tudo passa, tudo melhora.

P.S. Madalena sua carta vai ficar para depois , infelizmente. Ando relendo sua vida e a de Paulo Honório. Vou fazer o possível para não falar dele. Abraço

sábado, 23 de abril de 2011

Somos todos iguais

Talvez com a continuação do texto, vocês pensem que sou invejoso, mas a vida é muito ingrata para a maioria dos mortais.
Enquanto uns nascem no Haiti, outros moram no Upper East side, bairro chic de Manhattan. A vida não deveria ser feita de paradoxos, antíteses, contudo, enquanto houver mundo, infelizmente, haverá ricos e pobres. Continuando as diferenças: moro em Mossoró, porém poderia ser em Paris; vivo bebendo gallioto, bem que poderia ser um Bordeaux; alguns nascem príncipes, a maioria, plebeus; enfim, poderíamos mudar nossas vidas, é verdade para acabar com isso que é quase inveja ou é inveja mesmo, sei lá, pois Diana virou princesa, jogadores saem de favelas e se tornam milionários e suburbanas se tornam atrizes famosas. Mesmo assim, não é para todos, lá se vem a inveja ou é pessimismo? De qualquer forma, a inveja é do humano, só não pode se transformar em vício, nem passar por cima dos outros para conseguir o que se quer. Tudo na dose certa é normal. Então, vamos a ela: quando vemos um rapaz bonito com uma mulher que parece uma bruxa, como é que pode? Quando vemos alguém de olhos azuis, não usa óculos e eu, olhos castanhos como todo mundo, como é que pode? Quando sabemos que alguém passou as férias na Europa e eu no Jucuri, como é pode? Meu Deus, como sou invejoso.
É páscoa, renovação, deixemos a inveja de lado, vivam suas vidas sem se preocupar com os demais, só se for para ajudar. Deixem suas línguas ferinas, menos afiadas, soltem sorrisos e palavras de agrado. Dizem que somos animais racionais, mas parecem que os irracionais são mais felizes e mais unidos. Viva os animais!

sexta-feira, 22 de abril de 2011

O ser humano

"Mas a imperfeição humana não é uma doença. Doença são os que acreditam no contrário." Esta frase de João Pereira Coutinho, psicanalista e articulista da Folha de São Paulo, faz-me refletir determinadas atitudes do ser humano, como por exemplo o que está acontecendo nos Estados Unidos e o que aconteceu em Campina Grande- a homofobia. Tantos crimes acontecendo por falta de tolerância. As pessoas tendem a se juntar a grupos para fazerem mal a outros. Que ideais são esses? Subjulgar, maltratar, matar. Até na terra que se diz da liberdade, da democracia, há uma volta a intolerância e a falta de respeito para com o outro.
Nós, somos imperfeitos, crescemos com nossos erros e acertos. Errar é humanamente aceitável, mas precisamos de pessoas queridas que nos abram nossos olhos, que vejam o que não vemos, para continuar a caminhar. Não precisamos de pessoas autoritárias, que julgam de cima de um pedestal, que são hipócritas e que por trás aprontam coisas piores. Sabemos , também, que dentro de cada grupo social existe o que Foucault chama de micropoderes. Os negros se discrimanam; os homossexuais se discriminam; os nordestinos, também, entre outros. Como mudar então, se dentro dos seus, cada grupo se esfacela, não se une, não se toleram?
Mas voltando a imperfeição, precisamos carregar esse fardo para que um dia possamos dizer a todos que tentamos. Tentamos ser melhor. Um bom pai, uma boa mãe, um bom filho, um bom profissional, um bom amigo, um bom tudo. Se erramos, foi para aprender a ser e isso faz parte do devir. Só nos resta a cada tentativa, pedir desculpas a nós mesmos e aos outros, limpar a poeira e seguir em frente.

quinta-feira, 21 de abril de 2011

Por que minha vida vale a pena

O sonho sempre tomou conta de mim. Sonho pra ser feliz, desde a infância, por isso sou do mundo da literatura. Quando a vida fica insuportável, gostaria de ser um Zaratustra, correr para uma montanha e não mais voltar, não ter contato com ninguém. Entretanto adoro a noite, a madrugada, o contato com as pessoas, os bares, as boates, os happy hours, nem se fala. Daí desisto de sumir.
Na adolescência lia José de Alencar, queria ter vivido naquela época, na corte do Rio de Janeiro, ter sido amigo de Aurélia Camargo, ter conhecido Peri. Nessa época, a dos livros e na minha época, a vida valia a pena. 
Agora, quando brinco com meus sobrinhos, sou um vampiro, ou o que eles me chamam, múmia azul. Nessas horas a vida vale a pena. Eles sabem que é fantasia, mas parar um pouco a vida pra entrar nesse mundo sempre vai valer a pena.

quarta-feira, 20 de abril de 2011

Velha Semana santa


 Nesta semana santa, que antigamente começava hoje, lembrei de Recife, porque  já passei esse feriado por lá. Relembrei de outros lugares, pessoas, cores, cheiros e algo mais. Faz tempo, meu Deus, que não vou rezar, pois é, lembrei de ti. Porque temos que ser tão formais, “lembrei de ti”, melhor  chamá-lo de você.  Você não liga pra essas frescuras. Devo pensar e falar mais com você, até porque sempre senti sua presença, você nunca me abandona. Comecei a escrever este texto, quando esperava minha vez de entrar na sessão de terapia.  Ao chegar em casa , recebo um telefonema de um antigo amigo, Ricardo, de João Pessoa, veja só, Deus, às vezes esqueço de velhos amigos, que não me esquecem, como você. Fizemos promessas de nos encontrar, não agora, mais depois, na cidade dele, que não conheço. Vai ser mais uma lembrança quando lá estiver, o tempo passar, demorar a voltar, mas, afinal o que seríamos de nós, se não fossem as boas lembranças, os bons momentos com amigos e familiares. Faz parte.

terça-feira, 19 de abril de 2011

A vida

O jogo da vida
A vida em jogo
O joio
O jiló.

Brasas em meus pés.

O jog_  a  _ida
O  o              a

        Vi

O ( f )jogo acabou-se.

A fumaça

O cheiro do café
a fumaça
o pai
a mãe
os irmãos.
Todos à mesa.

segunda-feira, 18 de abril de 2011

O sobrado

Lembrara do passarinho no alto do sobrado. Foi feito de bronze. Ou era  de verdade? Parecia ser de verdade aos olhos de Miguelzinho. Às vezes de dentro do seu quarto, ele escutava o passarinho cantar. Corria para fora, olhava para cima, mas o passarinho assustado, parava de entoar seu canto majestoso e invernal. Era um alegria para esse menino do interior. Percebeu que o canto do pássaro o fazia viajar.
Quando foi mais tarde, veio a chuva. Relâmpagos e trovões assustaram o garoto, mas só lembrava do seu amigo, lá fora, sentindo frio.
Amanhece. Antes do café, Miguel vai dar uma olhada na ave. Olha para o alto, o sol encandeia seus olhos. Aos poucos vai se acostumando com a claridade . Seu coração bate forte, pois percebe que o seu melhor amigo o abandonara. Nunca mais o viu. O céu azul, assim como sua casa , nem mesmo assim, fizeram seu coração desanuviar. Adeus, passarinho. Seu canto, meu encanto. Suas asas, meu mundo espalhado, pra sempre perdido. Só brado!

domingo, 17 de abril de 2011

Carta à D. Inveja

D. Inveja,
Demorei a te escrever porque sempre achei que a Senhora não merecia minha consideração, mas como alguém me chamou de invejoso, isso só pode ter vindo de você, resolvi te mandar esta missiva. Fique ciente de que não sou.
Quem quiser ter carro, 20 pares de tênis, 50 calças, mil amigos, ser professor da USP, qualquer coisa, tenham, sejam. Nada me incomoda, sabe por quê? Porque posso voar, tenho meus livros, tenho minhas escolhas e faço delas o que bem entender. Invejoso seria se desejasse o mal dos outros. Jamais, não quero o mal voltando pra mim. Quero ser feliz, ficar longe da Senhora. Nunca te visitei, nem quero. Fique com seus amigos: Otelo, A Rainha Vermelha, O Ciúme, A Ira ou qualquer outro que quiser se juntar à corja dos esquizofrênicos e paranoicos.
                                                     Passe bem, pois até para a Senhora  desejo tudo de bom.
                                                                              Edson Pereira

sábado, 16 de abril de 2011

Confabulando X

I- Sílvio Santos não quer Igrejas evangélicas na sua emissora, mesmo passando por uma crise financeira. Realmente é melhor assim. Quem não tem tv paga, fica sem opção nas madrugadas, é muita pregação.
II- Quem está fazendo muito sucesso nas paradas internacionais é a cantora inglesa Adele. Está conquistando por sua voz, sem muita perfomance, nem roupas extravagantes como a Lady Gaga.
III- Idoso comete suicidio por não querer abandonar sua casa em Fukushima- home sweet home.
IV- Próxima parada- Centro da cidade
Camelódromo, barracas- lanchonetes, barracas improvisadas de dvds piratas, papéis- anúncios ( dentistas populares, restaurantes, cartomantes, empréstimos, sex shops - minha bolsa não cabe de tanto papel), vai e vem de pessoas, apitos, buzinas, alto falantes de lojas em promoção- um escarcéu.
V-
A Praça

A praça da Figueira de manhã,
Quando o dia é de sol (como acontece
Sempre em Lisboa), nunca em mim esquece,
Embora seja uma memória vã.

Há tanta coisa mais interessante
Que aquele lugar lógico e plebeu,
Mas amo aquilo, mesmo aqui ... Sei eu
Por que o amo? Não importa. Adiante ...

Isto de sensações só vale a pena
Se a gente se não põe a olhar para elas.
Nenhuma delas em mim serena...

De resto, nada em mim é certo e está
De acordo comigo próprio. As horas belas
São as dos outros ou as que não há.

Álvaro de Campos, in "Poemas"
Heterónimo de Fernando Pessoa

sexta-feira, 15 de abril de 2011

O feio que é belo

Sempre vamos ao salão de beleza para ficarmos mais bonitos. Vamos à uma clínica de estética para melhorar nossa pele. Artisticamente a estética trata do belo, assim como as clínicas, mas sempre foi difícil definir o que é o belo.  Para Sócrates,” Todo beleza é difícil”. Ela, realmente é subjetiva. A Monalisa, de Da Vinci, por exemplo, é tida como belo, mas a mulher retratada para muitos, não é bela. Em que consiste sua beleza então? Primeiramente por ser uma obra de arte. Segundo pelos detalhes, entre as qualidades artísticas desse retrato estão: “O véu transparente sobre o cabelo da modelo; o vestido escuro está coberto com um bordado muito elaborado; o tecido das mangas apresenta um brilho quase natural. O sombreado, especialmente nas mãos e  no rosto, cria uma sensação dimensional bastante convincente.” Realidade mistura-se com aprimoramento estético, daí reside sua beleza e perfeição.
Foi dito acima que a beleza é subjetiva, pois se assim não fosse, para muitos Gisele Bundchen é linda, para outros não, porque não gostam de seu nariz ou de suas pernas muito abertas. Entretanto é a musa dos estilistas, o ideal de perfeição para brilhar nas passarelas. Lendo uma revista semanal, vejo uma descrição de Cleópatra: “ Tinha um nariz adunco, lábios carnudos, queixo proeminente, testa alta, olhos grandes e fundos. Mesmo assim, era puro prazer ouvir sua voz e o contato de sua presença era irresistível, disse o filosófo greco-romano Plutarco”. Podemos depreender disso que a beleza vai além dos atributos físicos, vem da alma ou da sedução, no caso de Cleópatra, como seu próprio nome diz, “ a glória dos céus”.
Existem artistas que não são lindas, são bonitas, tem estatura mediana, mas que , no palco se transformam e se tornam, não só lindas, como também belas, são: Daniela Mercury, Madonna, Nora Jones, dentre outras. Elas se transformam, embora só tenha visto a Daniela em cima de um palco.
Portanto, belos somos todos nós, depende de como queremos que os outros nos vejam.

quinta-feira, 14 de abril de 2011

Amor banal amor


Fazia alguns anos que Elisa estava sozinha. Num sábado desses em que as pessoas saem não sei pra quê, ela foi com os amigos a um barzinho e conheceu Mário, mas ele estava comprometido. Mesmo assim ele não tirava os olhos dela.
No outro final de semana era vaquejada, algo diferente na cidade e lá estava nossa amiga à procura de diversão. Já no fim da festa, cansada resolve sair do meio da multidão, quando vinha andando encontra Mário. Não dá outra, o resto da noite foi maravilhosa. Trocaram telefones, encontraram-se novamente na mesma semana. Ele a levou em outro barzinho, depois foram à casa dele. Ela não se cabia de contente, já no segundo encontro e estava conhecendo à casa de um rapaz. Agora é pra valer, pensara Elisa. Ele lhe contou sua vida, a separação dos pais, a irmã que estava noiva. Falaram de música, cinema e tv. Mais parecidos,impossível.
Sábado de manhã, Elisa recebe um telefonema de Mário. Ele pede o cd da Adriana Calcanhoto emprestado que Elisa lhe falara que havia comprado. Ela diz não, ele fica chateado. À noite, ele não liga, fim de semana seguinte, também não. Nunca mais Mário ligou. Elisa decepcionada, triste, também resolve não ligar. Melhor que tinha a fazer era esquecer o que nem havia começado. Joga o cd pela janela do sétimo andar e vai escutar Satisfaction, dos Roling stones.

quarta-feira, 13 de abril de 2011

Amor e desejo

Ninguém sabe o que é o amor
Ninguém sabe o que é desejo.

O amor não é como esse paralelismo que acabei de escrever.

De linear, o amor nada tem.
Se é que o amor existe.

Existe o desejo de ter
depois que se tem
acaba-se o que se pensava ser o amor.

E os dois vão vivendo
como se vida fosse
como se o desejo ainda existisse.

Nesse faz-de-conta
Quem paga a conta?

terça-feira, 12 de abril de 2011

Tiques

                                       Isso me dá tique tique nervoso
                                       tique tique nervoso... ( Kid Vinil)

Os tiques sejam eles quais forem são engraçados, alguns beiram o caricato. Involutariamente somos acometidos por gestos, vamos dizer manias, que se houver um prolongamento, precisa-se de ajuda médica.
Assim que passei a usar óculos, comecei umas caretas indescritíveis, ainda bem que não durou muito, mas vez em quando ainda faço, só que ninguém ainda não me falou, caso tenham reparado. Outro tique é o movimento dos ombros. Camisa apertada, ansiedade, logo vem o dar de ombros. Há um médico aqui em Mossoró que tem esse tipo de tique. Um que eu queria deixar é roer unha. Minha irmã roía a pele dos lábios, nem adiantava minha mãe brigar. Cada louco com sua mania. As minhas, já citei tantas, que estou vergonha. Entretanto a nossa vida é tão atribulada que é impossível alguém não ter um. É só escutar a música do Kid Vinil para comprovar isso, entre outras coisas, por exemplo, ficar preso no trânsito, perder o emprego, estresse no trabalho, podem culminar para um tique nervoso. Relaxar e relaxar, só assim eles vão embora, até aparecer um outro. Vamos brincar de tique - tique, talvez assim esqueçamos as seriedades do dia a dia.

segunda-feira, 11 de abril de 2011

Cantores de uma música só.

Existem  cantores que aparecem de repente, passam por todos os programas de tv, emplacam um sucesso, muitas vezes por estar em alguma novela e somem da mesma foram que apareceram.

Quem não se lembra de Palpite, da cantora e compositora Vanessa Rangel : "Tou com saudades de vc debaixo do meu cobertor, de te arrancar suspiros fazer amor"... Foi um sucesso estrondoso. Vivia no Faustão, lembro que ela foi ao programa de Ana Maria Braga, ainda na Record, e cantou para Gal Costa que era convidada do programa daquele dia. Outro cantor que apareceu mais vezes na tv, mas que até hoje só lembramos de uma música sua: "E se um dia eu chegar muito estranho, deixa essa água no corpo lembrar nooso banho"...  É de Dalton.Vocês lembram de alguma outra dele? Eu, não. "Tou nem aí, tou nem aí", esse hit virou mania. Um amigo tinha esse cd de Luka, havia outras músicas muito boas, mas  o povo só lembra dessa. Estou errado?  Ela desapareceu.

No tempo que assistia Chacrinha, Lílian apareceu cantando Rebelde, um sucesso da jovem guarda, que só vim saber disso alguns anos mais tarde, pensava que fosse cantora e sucesso novos. Todo domingo cantava a mesma música. Uma canção muito boa e a cantora também, mas depois Lílian desapareceu da mídia. Com certeza, anda fazendo shows por aí. Claro que no tempo da Jovem Guarda ela tinha outros sucessos. Estou falando na época do Chacrinha em diante. Temos muito mais exemplos. Todos precisam voltar. O que é bom não pode desaparecer.

domingo, 10 de abril de 2011

Carta a meus primos

 Caros primos e primas,
Na época de Jesus a palavra irmãos substituía o termo primos. A língua era o aramaico e por ser muito sintética, irmão também substituía avó, avô e outros parentes. Começo escrevendo isso para confirmar o sentido dessa palavra para os antigos, que é como  vejo todos vocês, meus irmãos. Alguns mais próximos, outros distantes, mas todos no meu pensamento. Gosto até dos primos segundos, terceiros, pois ao descobrir alguém da minha família para mim é uma alegria. São pereiras, castros, marianos, belarminos, marcolinos, ferreiras e outros que mamãe e papai desconhecem. Não conheci a família dos meus avôs, nem materno, nem paterno. Meu avô paterno nunca falou de irmãos e meu avô materno morreu quando eu tinha 6 anos.

Mas, enfim, saudades de vocês: Wellington, Novinha, Vevéu, Pereira. Toinha, Aratusa, Silvia, Sarah, Elivânia, Lucirangel, Marcos, Fernando, Dalva... Sintam-se todos e todas abraçados. Vamos nos encontrar qualquer dia, quero conhecer os primos segundos que nasceram recentemente. Relembrem:
A infância, o chão, 
os matos, as pedras,  
os céus, as águas,o sertão, 
os bichos grandes e miúdos,  
oficinas e tralhas,  
cheiros, e  sons!  
Mofumbos & alecrins, perfumes.

(Jornal da poesia- Editor Soares Feitosa)

                                                           Um abraço,
                                                                  Etinho. 

sábado, 9 de abril de 2011

Confabulando IX

I- Se um dos gêmeos for gay o outro é também?
II- Por que a maioria dos filhos adotivos dão problema a família que os adotou?
III- Estreou Divã com Lília Cabral. É diversão na certa.
IV- Cansado depois de enfrentar uma fila quilométrica no DETRAN pra pagar o IPVA. É muito dinheiro pra o Estado.
V- Alguns cientistas querem perfurar a crosta terrestre. Vão atrás do desconhecido. Dizem que isso vai ajudar a entender terremotos e as placas tectônicas. Pode ser, também, que encontrem algumas riquezas. Lendo a reportagem, lembrei da passagem bíblica sobre a torre de Babel. A confusão que deu em quererem chegar ao céu. Será que não é melhor deixar como está? Se descobrirem mais doenças? Outros tipos de bactérias e vírus debaixo da terra e venha nos dizimar?´À proporção que lia, sentia meu crânio ser perfurado e haja dor. Acho que é assim que a terra vai se sentir.

quinta-feira, 7 de abril de 2011

Serial killer

 Li há três dias atrás no notícias uol, que uma mexicana foi condenada por matar idosos. De repente me lembrei das fobias que muita gente tem. Será que os assassinos matam alguns tipos de pessoas como se fossem fobias? Acho que não, mas estou só fazendo uma comparação porque se a moda pega. Fobia é medo, quem mata não é por medo, mas por algum desajuste social ou mental. Não sou especialista no assunto, porém fico a imaginar o que leva uma pessoa a matar idosos, criancinhas. Já pensou alguém entrando em hospitais e matando pessoas doentes, só porque estão doentes? Pessoas entrando em lojas e matando balconistas, só porque são balconistas? Pessoas entrando em escolas e matando professores, só porque são professores?
O que aconteceu hoje no Rio de Janeiro já era de esperar. Nos Estados Unidos tivemos vários casos. Daqui a pouco é no nordeste. Mas por que o assassino do Rio escolheu uma escola de nível fundamental? Querem associar o criminoso aos terroristas fundamentalistas, mas acho que não. Entretanto as investigações estão acontecendo. Estamos de luto pelas crianças, pelos pais e por todos nós, que não conseguimos mais viver em paz, nem em sociedade, nem em paz conosco mesmos, por isso tanta gente deprimida, psicopata, esquizofrênica e neurótica. Os suicídios acontecendo, as drogas proliferando entre adolescentes,  a pedofilia, o preconceito, a intolerância, as mortes banais, pois se mata até por dois reais, por um par de tênis, um celular. Onde vamos parar?

quarta-feira, 6 de abril de 2011

Mar


Dentro do mar
nos aproximamos
sem querer
já querendo.

Mar salgado
de nossos ais.
Sinto a onda bater
pulamos, caímos.

Mar que descamba
Sal lençol concha
nossa cama.

É noite
me aqueço em você.
Dentro do mar
soma
céu de gozo
nas tramas dos amassos.
Sou só sargaço
um bagaço completo
das ardências do amor.

terça-feira, 5 de abril de 2011

Música na cabeça

De vez em quando acordamos com uma música na cabeça. Podemos tê-la escutado recentemente ou não. Às vezes uma mesma música volta em espaços longos de tempo. No meu caso Carinhoso de Pixinguinha já me visitou várias manhãs e saio cantando na mente no caminho para o trabalho. Se estou feliz vou cantando baixinho em cima da moto.
Esta semana aconteceu algo inusitado. Acordei lá pelas 6 da manhã com a música de Bartô Galeno na minha cabeça, "no toca fita do meu carro, uma canção me faz lembrar você, acendo mais um cigarro e procuro te esquecer..." Gente, o que foi isso? Não lembro de tê-la escutado recentemente.Ouvi-a no rádio, ela é antiga e acredito o maoir sucesso de Galeno. Se eu fosse cantor, ficaria linda na minha voz. Betânia gravou É o Amor, de Zezé Camargo, ficou outra coisa, mas aí, já é outra história. Não sou preconceituoso, mas não tenho hábito de ouvir esse tipo de música. Nem sertanejo eu escuto. No caminho para o trabalho foi uma luta para tirar essa canção da cabeça. Psicólogos, médicos, físicos, químicos, venham me explicar isso. Chega de nostalgia. Saudosismo sim, mas pelo menos com algo menos dor de cotovelo. Ninguém merece, ainda mais de manhã cedo.

segunda-feira, 4 de abril de 2011

Chuva


E é sempre a chuva
a me deixar triste
no balanço da rede
a ouvir o rádio
quando criança
quando adolescente.

E é sempre a chuva
a me deixar doente.
É fariginte
e outras complicações renitentes.

E é sempre a chuva
com  seu chiado
com seu cheiro
de passado
a me deixar triste.
 Mossoró,01/04/11

domingo, 3 de abril de 2011

Carta a Fortaleza


Não fiques com ciúme, Fortaleza, mas Natal é mais bonita. Apesar disso, sabes que te adoro. Tuas noites deliciosas, suas praias encantadoras. Acho Iracema mais bonita do que a praia do Futuro. Adoro o povão, você sabe disso. Vinícius já disse que o povo, nesse caso a massa, é quem sabe fazer sexo. Iracema tem um encanto, não sei se é porque me faz lembrar a índia Tabajara, que seduziu Martim, da mesma forma, essa tua praia nos assedia, nos convida, aumenta nossa libido, faz-nos querer descobrir o segredo da Jurema e a nos perder nos cabelos mais negros que a asa da graúna. Nesse caso, mais azuis ou verdes, depende de que distância se olhe para o mar. Ah! Iracema, teu sorriso é forte, corajoso, valoroso. É assim porque és a própria cidade. Teu nome, Fortaleza ,siginifica tudo isso, tu o sabes.
Não posso deixar de lembrar a praia de Mucuripe com seu happy hour, com seu camarão frito na hora , o som de suas ondas e o zunido das pessoas. Que saudade Fortaleza! Terra de José de Alencar, Rachel de Queiroz, Belchior e Fagner e também de Ranieri, que conheci a pouco tempo.
Gosto tanto de ti que estou emocionado, nunca escrevi uma carta tão longa, por isso acabes com o ciúme. Mossoró fica no meio, entre ti e Natal, podes nos apertar, a gente gosta.

                                                                          Um beijão.
                                                                             Edson









sábado, 2 de abril de 2011

Confabulando VIII

I- Por que em todo filme americano, quando alguém foge da polícia acaba vindo para o Brasil ou indo para Venezuela?

II- 72 horas é um bom filme, mas esperava uma trama mais inteligente com cenas nos tribunais e tudo.

III- Início da tarde. Acabei de assisti ao filme. Hora de ir ao centro. Um horror o centro depois das 11 h. Parece que gosto de sofrer, mas só sei raciocinar depois desse horário, nem parece que trabalho pela manhã bem cedo.

IV- Denilson está se afastando. Valter 2, quem diria.

V- Em frente a casa da revista sempre ficava um Senhor olhandoas motos. Agora é um adolescente, cheira mal e talvez não estude. À noite, são dois, qualquer dia vou perguntar por que não estudam? Fico pra não viver com esse tipo de situação. Mossoró pode até vir ser uma metrópole, mas não a do futuro.

VI- Disse neste espaço que não falaria mais de política, porém é impossível não comentar dois casos envolvendo nossos sublimes deputAdos. O primeiro caso é a briga entre os deputados Jean Willis e Jair Bolsonaro. Este é contra a união civil entre homossexuais e promete enterrar o projeto de Willis. Até a Preta Gil promete processar Bolsonaro depois de suas declarações no CQC. Cuidado deputado, segundo meu amigo Pompílio, língua paga. O segundo foi do deputado Júlio Campos ( DEM-MT), que declarou sobre o foro privilegido, "Depois você cai nas mãos daquele moreno-escuro lá no supremo, aí já viu..." O moreno-escuro no caso é o juiz Joaquim Barbosa. Quanto racismo, quanta intolerância desses deputados, e pensar que é o povo que os coloca no poder. Concordo plenamente com Nelson Rodrigues, "TODA UNANIMIDADE É BURRA". 

VII-Morte do Leiteiro -Carlos Drummond de Andrade
A Cyro Novaes

Há pouco leite no país,
é preciso entregá-lo cedo.
Há muita sede no país,
é preciso entregá-lo cedo.
Há no país uma legenda,
que ladrão se mata com tiro.
Então o moço que é leiteiro
de madrugada com sua lata
sai correndo e distribuindo
leite bom para gente ruim.
Sua lata, suas garrafas
e seus sapatos de borracha
vão dizendo aos homens no sono
que alguém acordou cedinho
e veio do último subúrbio
trazer o leite mais frio
e mais alvo da melhor vaca
para todos criarem força
na luta brava da cidade.

Na mão a garrafa branca
não tem tempo de dizer
as coisas que lhe atribuo
nem o moço leiteiro ignaro,
morados na Rua Namur,
empregado no entreposto,
com 21 anos de idade,
sabe lá o que seja impulso
de humana compreensão.
E já que tem pressa, o corpo
vai deixando à beira das casas
uma apenas mercadoria.

E como a porta dos fundos
também escondesse gente
que aspira ao pouco de leite
disponível em nosso tempo,
avancemos por esse beco,
peguemos o corredor,
depositemos o litro...
Sem fazer barulho, é claro,
que barulho nada resolve.

Meu leiteiro tão sutil
de passo maneiro e leve,
antes desliza que marcha.
É certo que algum rumor
sempre se faz: passo errado,
vaso de flor no caminho,
cão latindo por princípio,
ou um gato quizilento.
E há sempre um senhor que acorda,
resmunga e torna a dormir.

Mas este acordou em pânico
(ladrões infestam o bairro),
não quis saber de mais nada.
O revólver da gaveta
saltou para sua mão.
Ladrão? se pega com tiro.
Os tiros na madrugada
liquidaram meu leiteiro.
Se era noivo, se era virgem,
se era alegre, se era bom,
não sei,
é tarde para saber.

Mas o homem perdeu o sono
de todo, e foge pra rua.
Meu Deus, matei um inocente.
Bala que mata gatuno
também serve pra furtar
a vida de nosso irmão.
Quem quiser que chame médico,
polícia não bota a mão
neste filho de meu pai.
Está salva a propriedade.
A noite geral prossegue,
a manhã custa a chegar,
mas o leiteiro
estatelado, ao relento,
perdeu a pressa que tinha.

Da garrafa estilhaçada,
no ladrilho já sereno
escorre uma coisa espessa
que é leite, sangue... não sei.
Por entre objetos confusos,
mal redimidos da noite,
duas cores se procuram,
suavemente se tocam,
amorosamente se enlaçam,
formando um terceiro tom
a que chamamos aurora.

sexta-feira, 1 de abril de 2011

Nomes





Adoro nomes
Nomes em ã
De coisas como rã e ímã
Ímã ímã ímã ímã ímã ímã ímã ímã
Nomes de nomes
Como Scarlet Moon de Chevalier, Glauco Mattoso e Arrigo Barnabé
e Maria da Fé.
                                                                                            ( Caetano Veloso)
Vocês já pararam por alguns instantes, pronunciando seus nomes várias vezes em voz baixa, procurando o sentido deles? Tentando descobrir, talvez, se o seu nome tem algo a ver com você, com sua personalidade?
 
Isso já aconteceu comigo duas vezes. Parei, balbuciei meu nome Edson, Edson, Edson, mas não consegui captar a essência, a relação com meu ser.
 
Meu nome ia ser Vicente em homenagem a meu avô paterno, mas meu pai achou feio e me deu o nome de Edson originado do inglês e significa filho de Eduardo. Encontrei um site sobre o significado dos nomes que dizia o seguinte:
"Muita inteligencia e poder de comunicação, apontam para sua necessidade de falar, embora nem sempre diga tudo o que lhe vem à cabeça. Segue sempre movido pela razão, e se enfurece quando é desmentido ou contrariado. Sempre pensa muito, e isso interfere na concentração do que está fazendo. Pode vir a ser um excelente escritor, advogado ou professor. Mas para isso deve aprender a controlar seu nervosismo e se observar para não virar um tagarela. Estar sempre envolvida com diversas coisas ao mesmo tempo, é uma constante na vida desta personalidade aventureira muito curiosa, impaciente e dinamica. Foge sempre da rotina buscando inovação, por isso tendem a acha-la excitante e imprevisivel. Versatilidade é uma característica muito evidente e quer ver as coisas sempre funcionando. Uma grande sabedoria da pessoa de personalidade 5 é viver o presente, preocupa-se muito pouco com o passado e não cria expectativas com o futuro. Espirito livre, nunca recusa uma viagem. Relaciona-se muito bem com todos e não dispensa uma boa conversa. A melhor forma de estar sempre aproveitando o lado positivo desta vibração é buscar concentrar-se no que faz e uma coisa a cada vez, para não dispersar seu foco e gastar energia à toa. Buscar ser mais paciente e equilibrar seu magnetismo e sensualidade." E por vai...

Acho que quando nossos pais escolhem nossos nomes, algo divino, realmente molda nosso nome à nossa personalidade.A vida não é um grande mistério? Nossos nomes também.