sábado, 24 de dezembro de 2011

Tudo se repete

1.Tudo é uma eterna repetição. A moda se alimenta do passado. Tendências vão e voltam ou o que é moda continua com uma roupagem nova, como por exemplo a calça leg. Ela continua, só que dobradinha, lembrando o estilo pescador, tanto para homens como para mulheres.
2. Depois que o cinema mudo foi sepultado, ele volta com tudo. O filme "O artista", está cotadíssimo para ganhar a maioria dos prêmios do Globo de Ouro. Foi todo filmado em preto e branco e mudo.
3.Todo dia nasce gente, morre gente. Se tudo se repete mesmo, por que não voltamos depois de mortos.Os Espíritas acreditam, eu não. Mas bem que poderíamos voltar, porém como nós mesmos.
4. O que não se repete é a solidariedade, o amor, o carinho, a justiça, a união, o perdão, etc.
5. A mudança se faz inevitável. Isso em todos os sentidos.Precisamos mudar pelo menos um pouquinho, igual  a calça leg. Só quem continua do mesmo jeito é que merece estar morto. 

quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

Memórias

Memórias póstumas de Brás Cubas/Memórias sentimentais de João Miramar/Memórias de minhas putas tristes.
                                                                             ***

Memórias são vendavais. O que é que se encontra no porão?
Memórias baús
Memórias cânticos negros
Memórias--------------------------------------  solidão

terça-feira, 20 de dezembro de 2011

Na calada da madrugada

Alguém já acordou de madrugada e escutou de repente o som de um carro bem distante, rasgante que vai desaparecendo e só o que fica é o silêncio da madrugada? Nunca havia feito uma pergunta tão grande. Bem, às vezes isso acontece comigo. Fico a imaginar quem será essa pessoa. Estará chegando em casa ou saindo? Se for fim de semana, vem da farra. Ou será que está levando alguém ao hospital? Alguém, só alguém que não conhecemos. 
Quem mora perto de BR escuta muito o som desses carros que vão e vêm. Nesse vai e vem nossos pensamentos se misturam à velocidade do carro e ao barulhinho bom que vai decrescendo até voltarmos a nós. Somente eu, o meu eu e nada mais. Volto a dormir. Amanhã se aproxima com seus barulhos infernais.

segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

Diário de Corrida


Oi, sou Corrida. As pessoas me definem como substantivo abstrato, mas nem parece, pois quando os atletas estão em ação, sinto-me mais concreta do que qualquer outra coisa. Quem gosta de correr sabe o quanto é prazeroso suar e quando já está no fim eu, junto com qualquer atleta, sinto um prazer quase sexual. Assim que terminam o banho é que eu desapareço, só que por enquanto, porque no outro dia, lá estou eu de novo, prontinha, esperando para mais um dia de ação e vida. Renasço todos os dias por caminhos diferentes, em pessoas diferentes e isso é bom demais.

domingo, 18 de dezembro de 2011

O que é o amor?


Alguns meses atrás a jornalista Carla Vilhena, ex-Chico Pinheiro, se casou com seu primeiro namorado o advogado Carlos Monnerat. Isso me fez pensar no seguinte: Só se ama uma vez ou várias? Não tenho resposta. Uma amiga dela disse:"Agora Carla reencontrou o grande amor de sua vida. O primeiro marido foi ou não um grande amor? Passaram muito tempo casados. Tiveram dois filhos. Acho que isso conta. Não estou criticando a jornalista, pelo contrário. Todos têm o direito de refazerem suas vidas. Se por acaso, acho meio difícil, ela ler esse texto, embora que, com a internet nada é impossível, ela possa dar sua opinião.
Talvez o amor seja um menino. Cupido esteja sempre com sua flecha, atacando. Se for assim, amamos várias vezes e de formas diferentes.   

sábado, 17 de dezembro de 2011

Discussão


                                                       

                                                              Discussão


Em certo dia, um lápis disse a uma borracha:
- Ei sua branquela, por que está ai paradona sem fazer nada da vida?
- Não se meta em minha vida seu magrão!
- Eu não sou preguiçosa como você, eu passo o dia inteiro escrevendo e você não faz nada!
- E pode ate ser, mas sou eu que apago suas sujeiras.
-Sujeiras minhas? Você é uma intrometida, presa a mim, fica o tempo todo se metendo no que eu faço.
E os dois ficaram o tempo todo nessa discussão, até que acabou o dia e eles foram para a mochila do estudante, mesmo assim não acabou a discussão.
- Eu é que escrevo, faço as frases, os parágrafos, os textos, dou feição as letras e você o que faz? Nada.
- Sou eu que corrijo os seus erros, ainda acha pouco?
- Acho, por que sou eu que fico sempre juntinho ao nosso dono, e você? É usado de vez em quando e depois ainda é descartado.
Depois de um bom tempo veio o corretivo que com muita pose disse à borracha:
- Vá sua besta apagar os erros daquele lápis imbecil, faça como eu, só apago os erros da caneta que é muito gente boa!
                                 (Texto de Maurício, aluno do segundo ano A)



sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

O lápis e a borracha


Texto escrito por José Lurcílio, do segundo ano A. Uma proposta de produção de texto a partir de Um apólogo, de Machado de Assis.


O lápis e a Borracha
Ao chegar do colégio o menino pega a mochila e põe em cima da cama, pega o material: o caderno, um lápis e uma borracha. Coloca-os em cima de uma escrivaninha e vai pesquisar sobre um trabalho escolar. Enquanto isso o lápis falou:
- Mas que dia puxado, hoje a professora pegou pesado na redação.
A borracha que estava ao lado do lápis ouviu o que ele disse e falou:
- Dia puxado digo eu, tive que apagar tudo o que você errou, teve uma vez que apaguei um parágrafo inteiro só por que você fugiu do assunto.
- Isso foi só um erro técnico, mas nada de muito grave
A borracha retrucou:
- Erro técnico! Exclamou a borracha. Eu fiquei ate o pescoço de tanto apagar as suas bobagens.
O lápis falou:
- Tudo o que faço é uma arte, até um erro meu é reconhecido.
- Arte! Parecem mais um monte de garranchos e traços que vêm e vão, eu sim que sou o verdadeiro mestre que apago os seus traços errados, os quais você tem que fazer outros a partir de outros comandos.
- Só o que você faz é apagar, eu sim que mostro tudo o que o menino pensa, escrevo aquilo que vai fazer a historia, e você será esquecido com o tempo, até não existir mais de tanto apagar.
A borracha ouvindo aquilo que o lápis disse ficou pensando e viu que era verdade, que já estava pelo pescoço e logo não existirIa mais, então apareceu um apontador que disse para ela enquanto o menino escrevia com o lápis.
- Olhe lá borracha, lá para cima o garoto escrevendo com o lápis, logo logo não terá mais ponta, e ele terá que apontar o lápis mais uma vez e ele também vai deixar de existir.

                                                                                     MOSSORÓ, 16/12/2011

quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

Idosos


Amanhã é o III Natal solidário da Escola Estadual Abel Freire Coelho. Além de coordenar os trabalhos , fiquei com uma turma que vai para o abrigo de idosos Amantino Câmara. Na visita que fizemos semana passada, percebi o quanto o asilo mudou. Fazia muito tempo que não entrava lá. Tudo limpo, idosos no pátio, outros na cama porque não podem andar e um bom número de funcionários.
Apesar do bom quadro desse abrigo, ser idoso é um problema, aliás tudo é problemático neste país, inclusive para os idosos, pois são maltratados pelos parentes,  colocados em asilos e ainda muitos são os que sustentam a família com uma aposentadoria irrisória.
 Nessa visita, fiquei impressionado com uma senhora numa cadeira de rodas.  Loira, magrinha, olhos grandes, muito observadora e elegante. Deve ter sido muito bonita e de boas condições financeiras. Amanhã iremos revê-la.
Não há quem não fique sensibilizado por esses seres desamparados, quer estejam em abrigos ou não.

segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

Divagações III

1.Por que só começo a ler jornais e revistas do fim? Depois de alguns minutos, volto para o início e começo a leitura de modo linear.
2. Passei a tomar uma taça de vinho diariamente. Baco agradece.
3.Natal chegando. Fim de ano chegando. Os dias são todos iguais. Tenho que botar isso na cabeça.
4. Lembro de uma calçada. Nós dois tomando vinho. Você pensava em quê? Eu não era de muita conversa. Até porque se fosse, estava era curtindo o momento ali. Só nós dois. Não fui à missa do galo por sua causa. Parecia coisa combinada. Nós nos encontramos perto da igreja. Abandonei a todos e fugi com você. Se Conceição ficou com Nogueira não sabemos. Machado adora uma obra aberta. O que sei é que fui com você. Conceição deveria ter aproveitado. Menezes,o marido, a traía. Então, belo natal eu tive. E eu ainda reclamo. A vida é especial. Os momentos são especiais. Nada te devo. Nada você me deve.As horas é que não param. Só se eternizam nas lembranças. Hoje elas são feitas de neve, mas sem tristeza. É natal.

domingo, 11 de dezembro de 2011

Entre prostitutas, canibais e homossexuais


Caro Tennessee Williams,
         
                    Vejo prostitutas nuas, malandros, assassinos e homossexuais. Como você mesmo disse, "personagens que precisam de compreensão, ternura e segurança, porque são seres aprisionados pelas circunstâncias. Ficção e realidade se misturam a meus olhos. Assim como Jean Genet que gostava de ter esses personagens como protagonistas, vocês se mostram reais. Assim como também fez Nelson Rodrigues.. Essa realidade se transforam numa religiosidade humana. Somos todos meramente humanos.
 Escavo cavernas, Tenessee, a fim de chegar ao âmago desses seres tão vivos, em busca de satisfação pessoal. Escavo mais, arranho minhas unhas para satisfazer meu lado biológico, sair dele e percorrer com prostitutas, assassinos , homossexuais, ladrões, Engraçadinha e todos que estão escondidos a se mostrarem nus de corpo e alma. Convido-te a conhecer Hilda Furacão. Você iria entendê-la como ninguém.
Pois é, Tennessee, enquanto isso fico aqui esperando "Um bonde chamado desejo", quem sabe de repente neste verão todos que estão "À margem da vida" possam sair da caverna e encontrar a luz.
                                                      
                                                                                                           Fique em paz,
                                                                                                                    Edson

sábado, 10 de dezembro de 2011

Rimbaud


Bebi absinto com Rimbaud.
Os deuses eram de prata e ouro.
Nestas terras longinquas vivi o absurdo.
Implacavelmente gozei eternos poemas.
A música adentrou nos meus ouvidos
e um violino ciumento interrompeu meu prazer jazz-band.

Divagações II


Os escritores mais intimistas, os que falaram mais sobre os estados de alma, o interior das personagens, morreram cedo. Clarice morreu em 77, tinha menos de 60 anos; Fernando Pessoa com 47; Mário de Sá Carneiro se matou; Ana Cristina César se matou; Sílvia Plath se matou; Vírginia Woolf se matou e por aí vai, é melhor parar.  Falar sobre a vida é tão complicado que não damos conta. Ou se morre cedo para não endoidecer ou se comete suicídio por não suportar a existência. Passar para o papel é pouco, mas ainda bem que tivemos esses escritores e seu mundo que de alguma forma me faz entrar em epifania e aproveitar cada minuto da vida. Como diz Clarice, "O tempo urge", ou "...em pleno dia se morre". Tintin de lambrusco bianco amabile pra vocês.

Comentário de Costinha





Chico sales disse...
SHOPSI (Adélia Prado ) Hoje completa um ano que tou fazendo terapia - o que você conta ao doutor? Que tenho medo panifóbico de ver minha mãe morrer. - Só isso? Só. Coisa à toa feito não comer três dias porque vi formiga de asas, isso eu não conto mesmo. Só converso coisa séria. - E ele? É muito paciencioso. Diz que meu caso é difícil mas tem cura com o tempo. Qualquer dia me convida pra uma sessão no sítio. - Você topa? Tou pensando. Vai que aparece lá uma formiga de asas e apronta aquele escândalo. Me diz com que cara eu volto no consultório do homem? - Mas ele tá lá pra isso. Isso o quê? Tchauzinho, Catarina. - Tchau. Lembrei de você ao ler esse poema...

sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

Até o fim


Vou até o fim
da luz no fim do túnel,
da estrada,
mesmo que seja torta, sem fim.
Mesmo assim, vou até o fim.

quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

Divagações

                                         http://www.nossadica.com/teatro_commune.php

Fazer o quê quando o coração cala? A alma dita aquilo  que o pensamento e o coração estão cheios. Brigar pra quê? Nenhum quer ficar por baixo. Existe pecado de lado, debaixo do Equador. A linha negra realmente existe? Só sei quando for a Europa. A freira ao lado da mãe de um conhecido rezava só em pensar que iria atravessar. Ah! Viajar. Bom chegar, melhor voltar. Nossa casa, nossa cama quentinha. Salvador, me aguarde. Estou chegando. Mas por que foi que comecei  a falar em viagem? Ah! É tudo uma viagem. Fazer o quê, se o coração não para, pulsa por você, Mundo. 

quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

Passarinho

                                                    (http://mariavani.olhares.com/foto/27208)

Agora em dezembro vai fazer um ano que adentrou na área de minha casa um passarinho. Entrou devagarinho, meio perdido, olhar perdido e tratamos de cuidar do bichinho que deve ter se perdido em alto voo, de seus companheiros. Ter aportado em minha casa bem próximo ao natal foi muito bom. Uma alegria entre a tristeza que essa época me traz. Trazia, este ano vai ser o primeiro natal que vou passar feliz. Mas, voltemos ao assunto da crônica. Arranjamos o melhor lugar para ele ficar. Já fazíamos algum tempo que não criávamos gatos, então a casa ficou só para ele. Tínhamos uma gaiola, não sei como ela apareceu lá em casa. Tivemos medo do passarinho criar asas e fugir e também dos gatos dos vizinhos. Vivia metade fora e metade dentro da gaiola.
Num domingo à tarde, precisando abrir a porta para ir ao quintal, o passarinho saiu da gaiola e voou. Não chegou muito longe, caiu no final do quintal. Um gato muito ligeiro, abocanhou o coitado. Corri, mas o felino foi mais rápido e fugiu com nossa esperança, com nosso verde.
Não lembro quantos dias ele passou conosco, mas foram poucos. Como tudo na vida,  tudo que é bom dura pouco. O natal  não foi o mesmo. A vida teve que continuar.

                                                      ***

"Todos esses aí que estão atravacando o meu caminho, eles passarão, eu passarinho."
                                                                                    (Mário Quintana)

terça-feira, 6 de dezembro de 2011

Carnatal/ Ivete Sangalo

Pensei que tivesse aponsentado meus dias de folião, mas resolvi atender o pedido de amigos e fui para o carnatal. Um dia apenas dá certo brincar, quer seja em micaretas ou no carnaval.
Nunca havia saído com Ivete, por isso esperava mais em animação e repertório. Achei-a cansada e falei isso para os amigos. No outro dia veio a notícia: Ivete internada com meningite. Quanto ao repertório, ter escutado atirei o pau no gato foi o fim da picada. Mas tudo vale a pena, ganha-se em experiência e continuo gostando muito mais da Daniela Mercury.

segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

Ser ruivo

                                                   
                                         Em terra de morenos, ser ruivo é uma revolta involuntária.
                                                                                                   (Clarice Lispector)

Tudo que é normal e comum é uma chatice. Dizer não ao não. É proibido proibir. Transgredir é a palavra. Poema-processo. Antropofagia. Poesia marginal .Prosa poética. Carnaval.

sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

Confabulando IX


 "Bancos Centrais dos EUA e da Europa agirão juntos contra a crise."(UOL Notícias) 

1. Por que nunca há essa união para ajudar a África que sofre por causa da fome, grande número de pessoas com AIDS e grupos étnicos se matando. A África passa despercebida. O que importa são interesses próprios e hegemonia econômica dos que já são ricos.
2. Elvis me aparece de novo. Dessa vez uma mulher se diz filha dele e processa família. Famoso é famoso. Artista é imortal.
3. Quem me dera não fazer nada. Queria viver só para ler, assistir filmes e resenhar sobre tudo isso. Quem disser que gosta de livro de ponto ou bater cartão como em outras instituições estão mentindo. Existe coisa mais chata do que trabalho de banco? Acho que existe, mas fico só com esse exemplo para vocês perceberem como é chato trabalhar.Os brasileiros passam anos trabalhando, contribuem com INSS e no fim morrem na miséria.

quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

Adeus à Iracema

Iracema, 75 anos. Desde criança, minha vizinha. Dizia tudo o que lhe vinha a cabeça. A Tibério Burlamaqui ficou mais pobre sem a sua presença. Aliás, todas as donas de casa do meu quarteirão estão partindo. Só penso que um dia vou passar por isso, todos vamos passar, infelizmente. Mães não deveriam ir embora nunca.
Iracema tem ira no nome. Tinha tudo a ver com ela. Quando ficava com raiva, era um Deus nos acuda, mas sabia ser amável, ajudava os outros, dormia cedo e não gostava de calçadas. Criou dois filhos com mão de ferro e carinho. Soube educá-los a sua maneira. Fica a saudade inevitável. Viva Iracema. Teu nome já é um poema.

quarta-feira, 30 de novembro de 2011

O Guarda-Roupa


O Guarda-Roupa fica com raiva de seu dono por não comprar roupas novas, nem mudar o tipo de  perfume. Por outro lado quando seu dono se desfaz de alguma peça, a saudade bate, as lembranças de uma roupa que ficou tanto tempo com ele, juntinho a ele.
- Onde anda Pedro, Susana, Edmundo e Lúcia? PESSOAAAAL, Aslam está chamando?

terça-feira, 29 de novembro de 2011

Descobertas tardias


1.Passeando pela net vi uma foto de Elvis Presley, parei para olhar mais nitidamente, são tantas informações, temos tantas coisas para ler, ver, comentar, ouvir, assistir. Enfim, olhei a foto e percebi o quanto sua boca  e seu nariz são perfeitos. Os olhos meio puxados faz seu olhar ficar enigmático. Realmente foi um ícone não só da música, como também da beleza.
2. Escutando uma certa rádio, começo a ouvir uma voz afinada, suave que cantava uma música de João Bosco, Desenho de giz. Já tinha lido à respeito da cantora Rosa Passos, mas ouvi-la, fez-me perceber o tempo perdido em não tê-la entre meus cds.
 Já disse nesse espaço o quanto gosto de cantoras e também de cantoras desconhecidas que não estão frequentemente na mídia. Quem mora no Rio de Janeiro não pode deixar  de ouvir e assistir a cantora Claudete Ferraz.
4. O mais são percepções e depois restos de verão. Apesar dos dias estarem mais longos, o tempo voa e  "uma certa dama está sempre à espreita a palitar os dentes". Atenção, muita atenção!

segunda-feira, 28 de novembro de 2011

Hipérboles

                                   (Imagem retirada do site http://eternalheta.wordpress.com)

                                      Um microfone é pouco para anunciar tudo que sinto por você.
                                      Uma faixa atrelada a uma espaçonave é pouco.
                                      Todos os televisores do mundo não dariam conta.
                                      Todas as peças de teatro, filmes , músicas, todos os romances e novelas
                                      não caberiam o que sinto por você.
                                      Imagine uma carta de amor ridiculamente amorosa
                                                                         com cheiro do meu perfume.
                                                   

domingo, 27 de novembro de 2011

O caminho

                                       (Imagem retirada do site http://www.anjodoscavalos.org.br)

Era o mesmo caminho para chegar em casa, mas Pablo achou estranho encontrar quatro cavalos a um quarteirão antes de sua casa. Cada um em lugares diferentes. Fortes e imponentes. No meio da rua a 1:00 da manhã. Estranho fato, também porque a cidade não é mais agrária. Pablo sempre morara nela. 
Passou tranquilamente por eles, olhou todos e sentiu uma inveja por estarem em pares. A madrugada prometia para  aqueles seres carnudos e pesados, de peles lisas e caudas a se moverem. Ou estavam todos  a procura de algo mais? Ou de mais integrantes para sua trupe caçadora? De quem seriam aqueles belos animais? O dono muito me interessaria, pensara Pablo.
Chega em casa, finalmente. Vai acendendo as luzes: da sala, do seu quarto, do banheiro. Depois de se olhar no espelho, tira a roupa, veste seu pijama. Apaga a luz do banheiro. Vai até a cozinha pega o resto do panetone, liga a televisão e come tudo, deliciando-se com passas e frutas cristalizadas, ao mesmo tempo que passeia pelos canais. Para no programa "Falando de sexo com Sue Johanson". Que velhinha sabida! Desliga  a tv, sai apagando as luzes que esquecera, liga o computador até que o sono chegue e vá para a cama. Sábado, às vezes tem dessas coisas.

sábado, 26 de novembro de 2011

As folhas

Folhas caídas
levantam-se.
Ajuda do vento.
Em que momento caí?
Não sei, não sei.
Só sei que nunca desisti.

Vento. Catavento. Alento.

quarta-feira, 23 de novembro de 2011

Confabulando VIII

1.Fim de semana e início de outra tumultuados. Foi suicídio de diretora de colégio, homossexual espancado com traumatismo craniano, escapou por pouco e assassinato de professor, carro e corpo carbonizados.
 De abril para cá o Estado ganhou a  alcunha de Rio Greve do Norte por causa das greves de várias categorias: professores, policiais, bombeiros, EMATER, DETRAN e funcionários da Capitania das artes. Agora deveria ser chamada Rio Grande da Morte. Crimes como esses dois últimos não podem ficar impunes, principalmente crimes homofóbicos.
2.Quando vamos nos tornar um país sério?
3.Quando os políticos vão trabalhar para o bem-comum e não tratar o Brasil como um quintal que não precisa ser melhorado?
4. Apesar de tudo "o instante existe e minha vida está completa, não sou alegre nem triste, sou poeta". Cecília Meireles.
5. Acredito no instante das coisas e tudo pode mudar, pra melhor, claro.

terça-feira, 22 de novembro de 2011

Fatos estranhos


1. Alguns fatos me causam estranheza. Achei estranho um doutorando em sua tese não agradecer a seus pais ter chegado onde chegou. Agradece à esposa, aos colegas e professores, mas até a mãe foi esquecida. Fiquei com pena dela. Não sei da vida de ninguém, mas acho que mãe é mãe.
2. Alguém ainda acredita na copa que acontecerá no Brasil? Até os relógios estão parados por falta de contratos.
3. A escova elétrica debocha das escovas comuns; A máquina de datilografia há anos que está na terapia. Sem previsão de alta; A Tv em preto e branco até hoje não fala com sua irmã Tv em cores. Escova , máquina e Tvs leiam Um apólogo, de Machado de Assis, talvez vocês resolvam seus problemas.

segunda-feira, 21 de novembro de 2011

Fênix

Meio samurai, meio punk, meio Ney Matogrosso. Assim defino Fênix, este cantor que possui um timbre de voz tão peculiar às pessoas do sexo masculino. Influência de Ney, ele mesmo disse que tem. O modo de cantar, de se comportar no palco e de se vestir lembra o intérprete de Homem com H. 
Diferentemente de Ney, Fênix compõe  e estou ávido por conhecer suas músicas. Assistindo uma reprise do Som Brasil em homenagem a Ari Barroso, encontro este cantor recifense, boas coisas ou vem de Recife ou da Bahia, ainda não o conhecia, mas sua interpretação é magnífica. São poucos os cantores masculinos de que gosto, pois prefiro as mulheres cantando, porém vale a pena ver e ouvir este cantor nordestino como não poderia deixar de ser. Nós nordestinos arrasamos.

domingo, 20 de novembro de 2011

...


Estou aqui
aquém.
Fugi de mim,
não me devolvi.
Apenas retorcido
e guardado.
Procuro nos trilhos
veredas e coquetéis.
Fome.
Vou além,
mas volto
para o que nunca fui.
                    Mossoró, 10/09/2008

Procuram-se os Velhos Tempos

 

Brincadeiras de roda
telefone sem fio
carrinho de lata
soltar pipa.
Faltar energia e irmos para a calçada
                                         conversar
                                         brincar.
Usar macacão
pentear o cabelo para o lado direito.
As cocadas de D. Gilda
Os dindins de Iracema.

Rodar na praça em época de festas da padroeira,
                                                         Santa Luzia.

Quem os vir por aí,
entrar em contato pelo Vento,
                                            ou
                                                   mandem uma mensagem pelo Pombo- correio.

sexta-feira, 18 de novembro de 2011

Realidade

Rocinha, foto de Rafael Andrade/Folhapress

Fazer o que mano? Não posso é deixar de viver. Bala perdida tu pode ser vítima em qualquer lugar. Dentro da sala de aula, dentro do carro, no shopping, na praia, dentro do apartamento, até dormindo.. Aqui no morro é constante tiroteio. Fazer o quê ? Tenho que curtir uma praia. Passo tranquilamente. A gente se acostuma. Na vida a gente se acostuma com tudo. Perder esse dia lindo. Jamais Bró. Falou!

quinta-feira, 17 de novembro de 2011

Gatos

Um gato pula o telhado.
Isso me deixa maravilhado
embora à espreita.

Gatos miam
sim não sim não sim não
vozes finas, estridentes.
Gatoria.

O gato arranha minha janela.
Abro, não abro?
Será o gato que eu queria?
Fico naquela
.
O gato não desiste.
Insiste.

Abro a janela.
O gato se lança.

segunda-feira, 14 de novembro de 2011

As cores avessas de Frida Kalho


A peça As cores avessas de Frida Kalho, encenada pelo Grupo teatral da Ufrn é realmente um espetáculo para se emocionar e refletir sobre a existência. Somos todos seres em conflito. Esse conflito humano na peça é mostrada pela dualidade e ambiguidade, pois duas atrizes juntas estão sempre mostrando as duas personas Frida Kalho: Uma maquiada; outra sem nada no rosto. Até Diego, o grande amor dela se veste de mulher. Ele, a própria Frida. 
Os espectadores sentam no palco, enquanto assistem o desenrolar da peça. Gostei dessa experimentalidade. Público e atores juntos na magia e na emoção do palco. Na magia e na emoção dos sentimentos da personagem. Vale a pena também conferir o trabalho de corpo e a trilha musical. 
Não posso deixar também de comentar, minha ex- aluna Kedma que faz parte do grupo e dá um show a parte com sua voz ao cantar de forma entoada, lírica e dramática. Estão todos de parabéns.

domingo, 13 de novembro de 2011

Gerações

Acabo de saber que sou da geração X, segundo um conceito sociológico. São pessoas nascidas entre 1960 e 1980. Estas preferem conversar pessoalmente, embora também gostem das redes sociais, mas não fazem disso um fator primordial nem o principal de suas vidas.
A geração Y são os nascidos entre 1980 e 2000. Estes  preferem o celular ou o computador para conversar. É a geração da tecnologia. Conversar pessoalmente fica em segundo plano.
Os que nasceram a partir de 2000, minha primeira sobrinha é deste ano, são chamados de geração Z. O texto que li não fala deles, mas imagino que vão ser mais apegados à tecnologia, pois aprendem rápido demais a usar as novas tecnologias e sabem mais do que nós. 
Espero que não seja a geração solitária, nem percam totalmente o contato humano, nem sejam tão escravos de celular, por exemplo, que acordem de instante em instante para olhar o email pelo celular que deixa ligado a noite toda ou o MSN só para saber quais amigos ainda estão on line.

sábado, 12 de novembro de 2011

A ostra e a pérola II

A pérola sentada à mesa de um restaurante vê se aproximar uma ostra. Esta vem sorrindo, nota um olhar estranho da pérola que logo pergunta:
- Eu te conheço?

sexta-feira, 11 de novembro de 2011

A ostra e a pérola

 O que fazer, se tenho que me separar de ti. Vivia quentinha, protegida. O que é isso que chamam de luz? Viver em pescoços e orelhas. Foi pra isso que nasci? Cadê você?

quinta-feira, 10 de novembro de 2011

Notícias

Eu deveria fazer como Marilena Chauí e Madonna: Não assisti mais tv e acrescentaria não ler mais notícias. Soldados espancando moradores de rua. Que é isso! Já bastam os neonazistas em São Paulo, que além de matar mendigos, também matam nordestinos e gays. 
Todo policial era pra ter curso superior. Ter estudado muita psicologia. Sei que eles ganham pouco, como qualquer trabalhador no Brasil, mas certos abusos já é demais.
Outras notícias dão conta do biquíni ou da hora em Carolina Dickerman vai fazer a maquiagem. E por falar em Carolina,  há o maior barraco entre Luana Piovani e Carolina Magalhães. Farpas e mais farpas no Twitter. É pra isso que serve o Twitter?
Definitivamente elas deveriam se ocupar com outra coisa. Não é esse o papel social de um artista. Sobre isto voltarei a falar depois. 

terça-feira, 8 de novembro de 2011

Novembro, se bem me lembro

Novembro vem,
encubro as lembranças de um passado setembrino.
As flores já não me ouvem.
Voam sem dizer adeus.
Ressequidas.
Preparam-se para o inverno.
Esqueço que dezembro se aproxima.
Um ano virgem que se avizinha.
Não saio do meu camarim
e ainda não tive coragem de colocar o lambrusco pra gelar.

Tarde de novembro,
se bem me lembro
nove fora zero.

domingo, 6 de novembro de 2011

A insatisfação do ser humano

Desisti de entender o ser humano. Deixo isso para psicólogos. Ninguém nunca está satisfeito com o que tem ou com aquilo que se é. Eu sou diferente. Assim como Clarice," quero me apoderar do É das coisas", acho que só assim seremos mais felizes.
Grazi Massafera está fazendo terapia porque já conquistou tudo que queria; os irmãos Zezé e Luciano brigam não se sabe porquê ou talvez saibamos, mas é preferível calar, pois não temos nada com isso; Gretchen vive mudando de lugar, de casa, à procura de quê, não sei. Só cito esses exemplos, mas temos muito mais para ilustrar o que disse anteriormente. Ser feliz é difícil ou fácil para alguns. Depende de cada um. Nós é que muitas vezes complicamos tudo que é fácil de se entender ou de se viver. Viver basta.

Semanas, meses, anos


Gosto de escrever todos os dias. Mal tive tempo até agora. Passei a semana preparando aula, corrigindo uma tese, cujo assunto é chatíssimo e ainda inventei de ver ontem Lulu Santos e Banda Eva. Acordei só Deus sabe como, pois a luta continua. Lembrava de vocês e do meu blog. 
Ao ler um comentário no meu blog de um amigo, repentinamente lembrei do passado, dos álbuns que colecionava e do tempo que não volta. Um que gostava era Amar é... Isso foi lá pela sétima série. Incrível que a música do momento era Como uma onda, de Lulu e tem tudo a ver com este assunto. Semanas, meses, anos. Os dias não existem. Passam tão depressa que é como se fossem fantasmas, fumaça, evaporação.O tempo voa

quinta-feira, 3 de novembro de 2011

Nunca mais

Hora Extra 1 300x300 Como Calcular Horas Extras

                                                            Risquei os meses no calendário.
                                                            Tempo tempo tempo tempo.
                                                            Sobraram dois.


                                                            Restos diários
                                                            do que se foi,
                                                            do que está por vir.
                                                                               Porvir.

                                                            Tempo antes,
                                                            Tempo depois.
                                                            E o que fica no meio?
                                                            Tempo instante
                                                            Tempo lembrança
                                                            Tempo saudade.
                                                                             Tempos de nunca mais.

quarta-feira, 2 de novembro de 2011

B.O. de feriado

1. É engraçado como as leis no Brasil não funcionam ou funcionam até quando alguém que tem poder quer. Fico sabendo que a Fifa não aceitará a meia entrada nos jogos da copa. Estudantes e idosos não usarão seus direitos .Derruba-se leis a qualquer hora. Já para se fazer justiça a pobre ou  a qualquer reles mortal, a justiça é lenta e cega.
2. Hoje um carro atravessou na minha frente. Por pouco não bati. Atrás de mim vinha outro carro. Por pouco não bateu em mim. Ia morrer em pleno dia de finados. GENTE!
3. Está bombando a perspectiva de vida para 2030. Terei 60 anos e vou viver mais 40 ou não morrer. Já pensaram!? Leiam as primeiras páginas da revista Isto é. Poderemos até namorar robôs.
4. De cemitério, quero distância, que me perdoem meus avós. Rezarei por eles em casa."Deixem que os mortos enterrem seus mortos".

terça-feira, 1 de novembro de 2011

Ainda Drumond

O sobrenome deste poeta é quase um anagrama de mundo, sobram as letras DR. É quase um anagrama completo, mas como ele nasceu para ser guache na vida, e na vida, nada está completo, então está justificado o quase possível anagrama. E tem tudo a ver porque vários poemas de Drumond têm a palavra mundo, basta darem uma pesquisada. O mundo, a vida cotidiana estão presentes na sua poética metafísica, simples e universal.
                                                  ***

                         
                                                                      IMAGENS
Imagens
feitas para olhar.
Imagens são ímãs
como teu olhar,
teu corpo nu,
ou tuas mãos a me tocar.

segunda-feira, 31 de outubro de 2011

As pedras

As pedras continuam no caminho, Drumond.
As pedras não medram os sentimentos humanos.
Apedrejam as portas do futuro.
As pedras pretas petrificam o céu de pétalas.
Murcharam todas.
Não é só uma no caminho, Drumond.
São muitas no Brasil e no mundo.

domingo, 30 de outubro de 2011

Réquiem

                                   Rômulo e Remo- Templo de Apolo

Rômulo foi uma pessoa inteligente e agradável. Quem o namorava sabia do seu romantismo, das surpresas que fazia, enfim, de sua dedicação.
Mulato, olhos verdes, cearense e sem sombra de dúvida, viajado e com muitas histórias para contar. Gostava de Jean Genet, do mar e da serra. Apesar da distância de antes, eu mal ia a Fortaleza e agora que já partiu desse mundo, ficou a saudade, quer dizer, as boas lembranças que tenho dele, para mim isso é o que importa. Fique com Deus.

sexta-feira, 28 de outubro de 2011

Fim de tarde

1. De repente lembrei da música A paz, de Gilberto Gil, cantada divinamente por Zizi Possi. Lembrei porque amanhã vou para Canoa Quebrada, onde várias vezes, em cima do morro, vi o sol se pôr e cantava essa canção, mas veio repentinamente mesmo. Vou relembrar os velhos tempos com meu amigo Bruno.
2.Ainda estou triste pela perda de meu colega Rômulo. Ele merece uma carta aqui, no meu blog. Entretanto não é só essa notícia que é triste. Outras, ao mesmo tempo que me deixa triste, deixa-me, também, indignado. Uma moça de Natal teve o braço quebrado por um rapaz porque ela se recusou a beijá-lo. Espero que ele pegue pena máxima, se for condenado por lesão grave e fique 5 anos na cadeia. Esta semana, discuti com um aluno de 14 anos porque ele deu um chute numa menina. Não poderia ficar calado. Mas, bola pra frente, fim de semana chegando.

3.Eu vim
Vim parar na beira do cais
Onde a estrada chegou ao fim
Onde o fim da tarde é lilás
Onde o mar arrebenta em mim
O lamento de tantos "ais"

                          Gil

quarta-feira, 26 de outubro de 2011

Sou III


Sou o cinema novo- Sou revolucionário
Sou a bossa nova- Sou tranquilo e de andar desalinhado
Sou a jovem guarda- Sou espalhafatoso e dramático
Sou a mpb- Sou romântico e interiorano 
Sou rock in roll- Gosto de um rebolado.
Sou maracatu, frevo- Sou negro quente
Sou verde-amarelo
Sou pau-brasil
Sou  antropofágico
Sou índio selvagem.
Simplesmente sou.