terça-feira, 31 de janeiro de 2012

Tablets e livros

Baixei um monte de livros para quando comprasse meu tablet. Comprei, mas não nada tira o prazer de pegar, cheirar ou abraçar um livro. O tablet esquenta nas mãos, nas pernas, sem falar da intensidade da luz ou do brilho da tela. Tecnologia é bom, mas concordo com meu Pompílio quando disse que certas coisas são criadas por necessidades sem precisão. Essa necessidade é o consumismo que nos leva muitas vezes a ficarmos dependente como é o caso, também do celular. Ao sermos roubado ou perdermos um aparelho de celular, imediatamente compramos outro, exatamente porque já somos escravos dessa tecnologia. "Ah, minha agenda. Como vou ficar sem falar com os amigos? Não tenho decorado número de ninguém." Antes sabíamos todos os telefones fixos dos amigos.
 Mas estava falando dos tablets. Encanta no início, porém como qualquer criança, passa o tempo e deixamos pra lá. Ou como qualquer adulto, cai a ficha e percebemos que não precisávamos dele agora. Talvez vocês estejam me achando fútil, mas não sou. Na minha casa não cabem mais livros, nem revistas. Livros vou continuar comprando até morrer, no entanto revistas não quero comprar mais, tenho pilhas e pilhas, por isso o tablet, só que não me encantei. Vou esperar o tempo passar. Só o tempo pode fazer com que nos acostumemos com certas situações.

segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

domingo, 29 de janeiro de 2012

Carta à Fernanda

Cara Fernanda,
Tens a fé no nome. Isso já é muita coisa, pois precisamos dela para viver nesse mundo. Fé nas pessoas, nos políticos, nos amigos que às vezes nos decepcionam, na família, no amor. Enfim fé para o que virá, já que o futuro não nos pertence. Tu andas com fé, por isso FERNANDA. O R não se perde. Fica no meio. R de romance, de Roma, pois tu vais longe com sua delicadeza e inteligência. Gosto muito de ter tua amizade.
Fé para ti, para todos nós.
                                                                                          Abraço,
                                                                                                Edson

sábado, 28 de janeiro de 2012

Tudo se repete II

Todos os dias
tudo se repete:
a fome nossa de cada dia
a sede 
tomar banho
o desejo pelo sexo
a morte anunciada
a morte matada
o sol e a lua.

Repetições sublimes.
Amores. Calores.
Repetições enfadonhas.
Ações. Tremores. Dores.

Açores.

quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

O olhar machadiano

"Nem bonita nem feia, simpática". Assim Machado de Assis caracteriza algumas de suas personagens femininas como Conceição do conto A missa do galo; Severina, do conto Uns braços; Sinhá Rita ,do conto O caso da vara,  numa clara oposição às heroínas do Romantismo. Estas todas belas, de preferência loiras, magrinhas e quase sempre ricas. Se não fossem, ficariam.
Machado, por ser Realista, ironiza a beleza idealizada dos românticos. Suas personagens são sensuais, sedutoras, mesmo sem ser totalmente belas. Mas uma semelhança com as personagens masculinas é que elas também são infelizes. Machado lança um olhar pessimista em relação ao amor e ao casamento. São todos contraditórios e conflituosos, começando pela descrição física, mas é o que menos importa. Para Machado o que vai importar é o perfil psicológico dos burgueses do final do Sec. XIX. 
Leiam os dois contos, pois são tão bem escritos que acabamos nos apaixonando pelas duas personagens ou sentindo pena. Cabem a vocês decidirem. Entrem na arquitetura dos contos de Machado e percebam sua atualidade.

quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

Antíteses

1. Rio de Janeiro, cidade maravilhosa, beleza natural sem igual. De um lado bairros belissímos com sua praias e prédios magnifícos. Do outro lado morros com sua casinhas que mais parecem caixas de fósforo, apesar de tê-las achadas belas a noite. Pareciam uma árvore de natal iluminadas.

2. São Paulo com seus arranha-céus que assustam.Bairros com descendentes de italianos, outro de japoneses, sem contar com grande número de nordestinos, que por lá são chamados de paraíba ou do norte. Nada a ver. Nortista é nortista. Nordestino é nordestino. Sempre foi difícil para mim nas aulas de geografia separar o Rio de São Paulo. Achava que um era a extensão do outro ou virce-versa.Custou-me entender as quatro horas que as separam. Culpa da televisão e das telenovelas.

3.Mossoró cresce. Muitas universidades, prédios altos, bairros novos e favelas. Já são 38. Cresce mesmo, não é? Já ouviram falar nas favelas Cachorro Assado, Tranquilim? Eu  ouvi falar a pouco tempo. Talvez seja porque não leio as desgraças dos jornais, nem sites que cuidam de mortes e assassinatos, mas uma hora ou outra chegam aos nossos ouvidos. Não há como evitar. É melhor Mossoró desacelerar.


terça-feira, 24 de janeiro de 2012

Mulher atrás do balcão

Pablo acaba de almoçar num restaurante popular no centro da cidade. Levanta-se da mesa e vai em direção ao caixa, já com a carteira na mão, retirando o dinheiro. Quando olha para o caixa, vê uma senhora de sessenta e poucos anos. Seria a dona do restaurante? Achou-a meio pálida, cansada. Teria filhos? Garçons haviam muitos. Essa Senhora não tem vida, pensa Pablo. Em pleno sábado, quase meio-dia, o que restaria para ela? Descansar no sétimo dia, no domingo para os católicos. Seus óculos de aro grossos esconde a persona triste que Pablo tão observador percebera. "Muito obrigado", diz ela. Pablo sai pensativo, sem tirar da cabeça o olhar meio perdido da senhora. E acima de tudo é sábado.

sábado, 21 de janeiro de 2012

80 anos

Como será fazer 80 anos? Walmor Chagas achou péssimo. Beatriz Segall e Fernanda Montenegro estão na ativa e acham ótimo. O ator mora num sítio,  se recolheu assim como os elefantes quando envelhecem, embora ele ainda esteja com saúde, espero que assim seja e viva muito mais. Outra atriz que também se recolheu foi Odete Lara. Longe dos holofotes, assim prefere viver. Linda quando jovem, ainda é, mas a beleza da juventude é outra coisa. Norma Bengel e Danuza Leão devem estar perto dos 80,  Bengel já foi símbolo sexual. Tônia Carrero nunca mais deu o ar da graça.
É Walmor, fazer oitenta deve ser um reviravolta assim como o número oito sugere. Uma volta aos pensamentos através das curvas da estrada e acabarmos em nós mesmos. Oito com dois buraquinhos. Dois olhos ainda vivos e a esperança de mais dez ou vinte anos. Que o diga D.Canô!

                                                                       ***
Hoje nos despedimos de D.Albaniza Vale, 87 anos, minha vizinha. Descanse em paz. Minha eterna gratidão por tudo que fez por mim.

quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

Pele


Na minha pele escrevi:
contigo vivi
dias enSOLolarados,
noites claras,
madrugadas enROLAdoS.

Mas,
como camaleão,
mudei de pele.
É inevitável.
Um dia tudo muda
            tudo acaba.
            Cena muda.

                                          ***
Dica de filme- A pele que habito, de Pedro Almodóvar, com Marisa Paredes, Antonio Banderas e Elena Anaya. Simplesmente surpreendente.

terça-feira, 17 de janeiro de 2012

Palavras

Palavras são sementes.
Podem ser facas de dois gumes.
Palavras manejadas.
Palavras sem pensar.
Silêncio é discurso,
mesmo sem palavras.
E aí?
Lavra a palavra que sai de sua boca. Melhor!.

domingo, 15 de janeiro de 2012

Sexta-feira treze


Sexta-feira treze.
A cesta de maçãs
bruxas preparam.
Maçãs do amor,
a maçã de Adão e Eva.

Maçãs verdes a enfeitar.
Vermelhas a erotizar.

Bruxinhas boas e bruxinhas más,
quero-as todas e todas as maçãs.
Manhãs.

quinta-feira, 12 de janeiro de 2012

A cadeira


Tenho eira e beira.
Irmã da carteira.
Sou bem posionada.
Sou bem colocada.
"Cadê"? Aqui.

Sou conselheira.
Você senta.
Pensa, pensa, pensa.
A solução chega.
Você levanta.

Ei, estou sempre aqui.
Pronta.

quarta-feira, 11 de janeiro de 2012

O banquete de Edson.: Lambreta

O banquete de Edson.: Lambreta: “Professor, o que é lambreta?” A pergunta surgiu a partir da leitura da crônica, Uma velha contrabandista, de Stanislau Ponte Preta. Alg...

Lambreta


“Professor, o que é lambreta?” A pergunta surgiu a partir da leitura da crônica, Uma velha contrabandista, de Stanislau Ponte Preta. Algumas palavras estão obsoletas ou é a falta de leitura dos alunos? Ler, eles leem, o que não se tem é o hábito de leitura principalmente do texto literário. 
Lógico que a nova geração não sabe o que é fita VHS, mimeógrafo, fita cassete, LP, disco compacto, mas lambreta ainda existe nos filmes que se passam na Itália. Eles assistem a filmes que não seja de ação ou feitos em Hollywood? Tenho minhas dúvidas. Falta nos estudantes conhecimento de mundo, por isso, às vezes a dificuldade em entender textos. Esse conhecimento é tudo o que nós adquirimos ao longo da vida. O que trazemos de casa, da igreja, do convívio com amigos e familiares, das artes e da escola, ou seja, da cultura em geral. Tudo isso além de outros fatores ajuda e muito a compreensão do texto escrito. Cabe ao professor, mesmo o estudante não gostando, mostrar o texto literário e torná-lo prazeroso para o alunado.

segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

Coração



                                           Dois irmãos siameses
                                           ou um corpo sem cérebro.

sexta-feira, 6 de janeiro de 2012

As time goes by

Toda cançao de amor,
Toda poesia sempre têm:
"I always love you".

Toda canção,
Toda poesia sempre têm:
"You make me fell..."

Mas como tudo na vida,
tudo acaba no "As time goes by".

Bye.

quinta-feira, 5 de janeiro de 2012

Titereiros


Mãos. Linhas. Bonecos.
Somos bonecos?
Quem  brinca conosco?
Deus ou o Diabo? Ou o teu amor?
Titereiros, quem sois?
Somos livres, deixai-nos.
A existência agradece.
A vida a se encher de viveiros- nós(eu, você, vocês).
Roguem uma prece:
Marionetes nunca mais.

quarta-feira, 4 de janeiro de 2012

Cena


Sou Cena.
O instante vivo.
Jamais morrerei.
Mas, se por acaso não puder ser livre,
Prefiro ser o Negativo.
Ainda estarei lá, em cena.

terça-feira, 3 de janeiro de 2012

Sol e pérolas


Apaixonaram-se. Seres tão díspares. Inexplicável para a mente humana. O dia em que o sol declarou seu amor pelas pérolas viveram todos felizes a produzirem mais e mais pérolas. Calor, claridão, amarelo, marfim, elo, telepatia, imensidão e finito. Grande e pequenas. Belos e diferentes. O que é que importa?

segunda-feira, 2 de janeiro de 2012

Minha janela


Mandou tapar a janela para colocá-la em outro lugar. Depois da mudança, lembrava  de fechá-la e ia para o lugar em que  ela estivera antes. "Ah, cabeça minha" O ato repetitivo durante anos nos acomoda, leva algum tempo aceitar o novo. 
É assim ao se perder um braço ou uma perna. Imaginamos que o órgão ainda está no mesmo lugar. 
O seu braço encostado em mim, demoro a dormir por não senti-lo. Rolo na cama. O sono não vem.
Meu bem, meu bem, só você me faz bem. Só quem é louco não sabe que os costumes podem matar. Libertem os ratos de laboratório. Libertem-me de você. Deixem livres os pensamentos e que as palavras me tragam a mim.Gostaram do pleonasmo?Agora me senti. Eu em mim..
Da janela não vejo mais o céu com suas nuvens. Deu lugar a um banheiro. Para onde vou olhar? Perdi minha fonte de inspiração. Meu céu companheiro, minhas nuvens de algodão. Vou olhar para o banheiro por um longo tempo. Quatro paredes a piscar.

domingo, 1 de janeiro de 2012

Os dias


Estou numa idade que todos os dias parecem iguais. Ontem foi assim. Conheci gente nova, mais alguns para minha lista vip.Poderia ter ficado em casa que não teria feito diferença, apesar das pessoas que conheci, pois gosto de gente. Entretanto fica em mim um gosto de nada. Não estou triste, nem vazio. Simplesmente aprendi  a ter limites e não criar expectativas. Foi-se embora a ansiedade. Acho que por isso o tempo é apenas o tempo. Os dias seguem seu rumo sem me incomodar e sem eu incomodá-lo. Estamos em lua de mel. O tempo cura tudo. Deve ter sido isso. Abraço a todos  e feliz ano novo.