Agora em dezembro vai fazer um ano que adentrou na área de minha casa um passarinho. Entrou devagarinho, meio perdido, olhar perdido e tratamos de cuidar do bichinho que deve ter se perdido em alto voo, de seus companheiros. Ter aportado em minha casa bem próximo ao natal foi muito bom. Uma alegria entre a tristeza que essa época me traz. Trazia, este ano vai ser o primeiro natal que vou passar feliz. Mas, voltemos ao assunto da crônica. Arranjamos o melhor lugar para ele ficar. Já fazíamos algum tempo que não criávamos gatos, então a casa ficou só para ele. Tínhamos uma gaiola, não sei como ela apareceu lá em casa. Tivemos medo do passarinho criar asas e fugir e também dos gatos dos vizinhos. Vivia metade fora e metade dentro da gaiola.
Num domingo à tarde, precisando abrir a porta para ir ao quintal, o passarinho saiu da gaiola e voou. Não chegou muito longe, caiu no final do quintal. Um gato muito ligeiro, abocanhou o coitado. Corri, mas o felino foi mais rápido e fugiu com nossa esperança, com nosso verde.
Não lembro quantos dias ele passou conosco, mas foram poucos. Como tudo na vida, tudo que é bom dura pouco. O natal não foi o mesmo. A vida teve que continuar.
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"Todos esses aí que estão atravacando o meu caminho, eles passarão, eu passarinho."
(Mário Quintana)
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