No livro Formação da literatuta brasileira, Antônio Cândido considera literatura como sistema. Esse sistema literãrio se forma a partir de um tripé: autor, obra e público.
No primeiro, escritores conscientes de seu papel servem de parâmetros para outros que dão continuidade a essa literatura. No segundo, deve haver um público que interaja com esses escritores e suas obras e possam suscitar discussões de identidade cultural, nacional e regional. Portanto para Cândido, sem esse tripé não há literatura.
Desse ponto de vista, a literatura do Rio Grande do Norte não possui um sistema, embora esteja engateando para isso. Nossa formação literária já começa com o problema de Nísia Floresta. Ela nasceu em terras potiguares, mas passou grande parte de sua vida fora do pais, principalmente em Paris, por isso o crítico literário Tarcísio Gurgel considera Lourival Açucena nosso primeiro representante da literatura do nosso estado. Por aqui ele sempre morou e cantou nossa cultura e valores da cidade de Natal.
Nem mesmo na literatura feminina encontramos um eixo norteador para nossoa formação. Auta de Sousa, conhecida e referenciada pelos críticos nacionais, como Alfredo Bosi; Zila Mamede conhecida no país; e, M arize Castro com sua poesia intimista. Isso não quer dizer que nossa literatura seja ruim, pelo contrário. O que falta é uma continuidade, valorização e discussões sobre nossa identidade e uma visão maior de nossos escritores em transformar nossa literatura local em universal. As feiras de livro e os festivais como o de Pipa devem servir para isso.
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ResponderExcluirNão poderia deixar de comentar um texto tão lúcido e coêso. Parabéns Professor. E o seu Professor é com P maiúsculo.Estou inebriado com suas postagens.Aproveite e dê uma olhada no BLOG: www.coisasdoarauto.blogspot.com.Abraços.
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