sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

Mossoró



O Cartão postal de Mossoró mudou. Isso todos percebem. A cidade cresceu verticalmente, sua população aumentou, temos teatros, shopping center, festas consagradas nos meses de junho, setembro e dezembro, canais de tv e várias universidades. Por outro lado, aumentaram as favelas, surgiram bairros novos e se olharmos mais atentamente temos um ar de capital. Por exemplo, ao pararmos no semáforo do ginásio poliesportivo Pedro Ciarlini, já temos pessoas para limpar os parabrisas dos carros e malabaristas.Isso só vi em cidade grande, mas como o povo é criativo e precisa sobreviver, vemos também nesse semáforo vendedores de rolinhas, fiquei com pena das avezinhas e também oferecendo castanhas.Por falar em ave, estava um dia desses num restaurante e um amigo surgeriu comermos codornas. Eu pensava que fosse o ovo, mas eram as coitadinhas, as próprias. Jamais iria fazer isso com as pobrezinhas. Comemos peixe, mesmo.
Voltando ao assunto da realidade mossoroense, é isso mesmo, caros leitores, o Brasil é esse misto de desenvolvimento e miséria. Um paradoxo que talvez mude daqui a 50 anos.

Um comentário:

  1. O capitalismo mudou o mundo em qualquer lugar. Isso não seria diferente em Mossoró. No entanto, as mudanças que ocorreram aqui e estão a ocorrer somente acentuam as desigualdades entre os favorecidos e os excluidos. A modernidade em Mossoró somente igual ao capitalismo selvagem das capitais brasileiras. Temos o que há de melhor e também o que exite de pior do capitalismo: tráfico de drogas, pobreza acentuada, miséria e a alienação do processo de produtivo.
    Quando estou em Mossoró tento me equilibrar na bigorna das imagens, no pendulo das relações sociais e na gangorra das relações de poderes pulverizadas. Mossoró é uma esfinge no meio do semi-árido: Decifra ou devora você.
    Edson, você sabe que como um bom Édipo que sou e assumo o intento de livrarmos desse mal que aflige a cidade.
    O capitalismo é vampiro. Associe isso a situação de Mossoró onde vampiros andam pela cidade a sugar o sangue dos operários, pedreiros, caminhoneiros...E eu como bom samaritano só tenho que cuidar das feridas deles.
    Um cidade sem as pessoas não é nada, nem é legal. E as pessoas de Mossoró que habitam as casas, ocupam as ruas, trabalham nas lojas e fábricas são preciosas e dão nome a cidade. Maiakovisk diz: A gente nasceu para brilhar e não morrer de fome. E em outro verso escreve: Dizem que existem alguém feliz, parece que é no Brasil. Quero a cidade para todos e onde todos possam realizar seus sonhos.

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