sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

Olhares

Às seis horas, na ida para o trabalho, Porfírio para numa pequena padaria para tomar um café. Assim que desce da moto, nota o olhar de uma mulher que sentava com um homem. Porfírio aproxima-se do balcão, espera ser atendido. Olha de soslaio e percebe que a mulher ainda o olha. Faz o pedido, olha apra os dois, dessa vez de frente. Quem o encara agora é o homem de cabelos e bigode meio grisalhos, mas não parece tão velho. Acho que trabalha com tinta. Observa pela sua calça manchada.

Os dois saem. Entra uma Senhora idosa. Senta-se à mesa de Porfírio por uns instantes. Depois vai sentar-se à mesa dos dois que se foram. Ela também o olha.

Estranho dia. Mas Porfírio ficou contente em ter mudado a rotina daquelas pessoas nesse dia. Mesmo assim, talvez, ele tivesse preferido a piscadela de qualquer garoto do Trianon.

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