terça-feira, 30 de novembro de 2010

A dança

                                                                     ( Quadro de Matisse, 1910)


Olhos disseram
bocas mostraram.
Corpos perfomáticos
a onda
o sal
madrugada
sol
brisa. 

segunda-feira, 29 de novembro de 2010

Luar



    
Quando a lua de repente
Cai sobre nós
A brancura do amor
            Nos contagia,
A rua é mais que uma rua.
Você nua
Como uma serpente
Me faz demente e sonhador.
Nossas peles mudam de cor.
Quando a lua de repente
Se esconde
Apaga-se o fluido do amor.
Norteado como estou
Não quero sair dos seus braços.
Quero a claridão do luar
O rugido do mar
O longo espaço do beijar.

Quando a lua de repente...
       

domingo, 28 de novembro de 2010

Carta a Bruno

Caro Bruno,
Adoro sua intrepidez, liberdade e como conquista as pessoas. Todos que estão ao seu lado se inebriam de alegria. Só se consegue ter raiva de você por alguns momentos. Seus olhos verdes nos faz perdoá-lo.
Já morou em Recife, na linda Boa Viagem. Acho Natal pequeno pra você. O mundo é pequeno pra você.
Bruno, e o step? Ainda arrasa? Não há modalidade melhor, não acha?
Fique com o sol e o mar de Ponta Negra e brilhe, também, ao luar do farol da magia que há por lá.                
                                                                                           Saudades,
                                                                                                    Edson
  
P.S. Aguardem cartas.

sábado, 27 de novembro de 2010

Pai - mãe



      

Làgrimas de alegria
deixa emergir:
                      paz.
A canção de amor que me faz ir e vir
para a terra do sempre amanhecer
Até que
Cansado de suas águas
me banhar  ao sol
Do astro pai.

Conto

         Meu amigo Costinha postou um conto no seu blog:costinhamar.blogspot.com , em minha homenagem.



Sábado e Noite









Para Edson

...She always had the feeling that it was very, very dangerous to live even one day
(Virgínia Woolf, Mrs. Dalloway )


Motos correndo pelas avenidas quase atropelam os pedestres  nas ruas. Após o sinal ficar verde,  buzinas e arrancadas de automovéis garantem mais velocidade na vida moderna enquanto se ver  no retrovisor o neon das lojas. Hoje é sábado e são  as horas infinitas. Repetia o mantra: " todo mundo espera algo de um sábado a noite."  Ninguém poderia detê-lo.  Quando chegasse em sua casa, enfim ligaria para quem quer que fosse e marcaria um programa.


Já em casa fez um barulho com a moto na área. Foi recebido por sua mãe que abriu uma sorriso e a porta da sala com agulha e a peça de crochet.  As pressas,  saiu de cima da moto,  foi tirando o capacete e para não cair os óculos. Enquando ela lhe falava assuntos rotineiros e ao mesmo tempo já estava na cozinha preparando o jantar. ele entrou no quarto e  planejou o que fazer para a noite, jamais diria "num sei...". Queria deixar o instinto rápido e nocivo lhe levar pelos caminhos dos noturnos. O verão nunca sai da cidade e sempre deixa as pessoas tão friviolas com o que fazer nas noites. A cidade não era tão ingrata como se dizia nas rodas de amigos.


Sabia-se da peça de teatro em cartaz, dos shows de música, a exposição e os bares. Ah, os bares !!!! Todos repletos de gente. Sentar numa mesa e ver o vai-vem de cada um. poder ser um programa.  Talvez,  visitar um amigo e depois esticar para a boate. Beber e falar alto, dançar na pista com luzes lhe aplaudindo e ir jogando conversa fora  até cair na gargalhada. Pulsar com o sangue já etílico.


Comeu algo que a mãe lhe tinha posto na mesa.  Depois foi direto ao banho ouvindo uma música. Ainda de toalha, senta-se na cama. Observa rápido o quarto como se estivesse procurando algo, perdido ou novo naquele lugar. Ainda sobravam as horas. Quem sabe ver uma parte do filme. Os seus olhos se fixaram na estante dos livros desarrumados e empoeirados, um título lhe chama a atenção e que há tempos prometia a si mesmo que iria ler: Ulisses ( james joyce ). Vestiu-se com uma roupa simples. Dentro do quarto, trancou-se. Desligou o telefone. Deitou-se na cama em silêncio e pegou o livro  leu...Bloomsday.

sexta-feira, 26 de novembro de 2010

Comentário de um amigo

Agradeço a todos que visitam meu blog e estou feliz principalmente com os comentários.

FÁBIO LUÍS STOER disse...
CARO AMIGO BLOGUEIRO, PASSO POR AQUI PARA DAR UMA OLHADA EM SUA PRODUÇÃO LITERÁRIA, E FICO MAIS UMA VEZ SURPREENDIDO PELA QUALIDADE E FORMA COM QUE ESCREVE. PARABÉNS UM ÓTIMO DIA PARA TI FÁBIO LUÍS STOER

Madrugada


Madrugada
Tem um quê de paixão.
De encantamento.
De passageiro momento.
De poesia naufragada
.
             Isso é madrugada.

Tem cheiro de goiaba.
De futuro acabado
De corpo torturado de amor.
Dos teus beijos, diaba.

Isso é madrugada.
  
                       

quinta-feira, 25 de novembro de 2010

Fogo



Fogo
Tudo vinha através de você.
Acabou o ciúme.
Meu tudo passou.
Você se foi.
Parou

             O vento
             O clamor
             A frescura
             A rebeldia
Talvez...o amor
O fogo sempre esteve na altura
Dos nossos corpos insaciados
Aumentando o calor,
Enrijecendo as peles.
Nada escapulia ao nosso mínimo desejo
Acabou o amor do fogo.
Silêncio, silêncio.
Foi o que restou
O amor tornou-se cinza.
Noite.