terça-feira, 29 de janeiro de 2013

A riqueza

João Romão, personagem de O cortiço, livro de Aluísio de Azevedo, enriquece às custas da exploração e da miséria dos outros. Dono de uma mercearia e de uma pedreira, ele rouba na balança os alimentos comprados pelos moradores do cortiço. Os casebres do cortiço também é dele. Aluga aos moradores sem nenhuma estrutura, nem banheiro há dentro das casas. Por último, temos a exploração dos trabalhadores da predeira em horário e salário. Como vemos, essa persanagem é a cara do capitalismo: poder e dinheiro, lucro a qualquer custo.
Vivemos numa sociedade que cada vez mais a luta por ser rico está acima de tudo. Pessoas se trancam numa casa para ganhar 1 milhão e meio a base de tortura, como foi o caso do quarto branco e executam provas que ultrapassam o limite do corpo e do psicológico dos participantes. Tudo para serem vistos e somente um levar o prêmio milionário. 
Ricos, também se tornam os políticos. Comparem o que a maioria tinha quando entrou na política e o que dispõem agora em imóveis e dinheiro. Como chegaram a isso todos nós sabemos. Poder , dinheiro e sexo é o que rola abaixo da linha do Equador. Quanto mais poder, mais corrupção. Quando vai acabar não sabemos.
Enquanto isso a maioria da população batalha por um emprego ou para passar no vestibular. Muitos jovens ficam de fora, pois as vagas disponíveis nas universidades são poucas. Nem as particulares dão conta da demanda. 
Se os governates olhassem menos para o seus umbigos e pensassem mais no bem-estar do povo, a desigualdade social já teria acabado. A distribuição de riqueza ajudaria a tirar muita gente da fome e da miséria. Mas são muitos Joões Romãos que capitalizam tudo para seu próprio bolso. Santa porca riqueza.

2 comentários:

  1. Parabéns pela colocação do tema, sob esse viés literário! Eu não li o cortiço, mas agora fiquei bastante curiosa.
    De fato temos muito "João Ramão" por ai, mesmo sem querer a pressão social, devido a cultura ainda vigente, vai nos impelindo a isso.
    Na capa da superinteressante está escrito mais ou menos assim "trabalhar no que se gosta é furada, escolha a carreira visando benefício econômico" =O
    Na tv o incentivo ao consumo é tão forte que parece difícil acreditar que quem não enriquece e consome pode ter outro tipo de felicidade.

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