sábado, 24 de dezembro de 2011

Tudo se repete

1.Tudo é uma eterna repetição. A moda se alimenta do passado. Tendências vão e voltam ou o que é moda continua com uma roupagem nova, como por exemplo a calça leg. Ela continua, só que dobradinha, lembrando o estilo pescador, tanto para homens como para mulheres.
2. Depois que o cinema mudo foi sepultado, ele volta com tudo. O filme "O artista", está cotadíssimo para ganhar a maioria dos prêmios do Globo de Ouro. Foi todo filmado em preto e branco e mudo.
3.Todo dia nasce gente, morre gente. Se tudo se repete mesmo, por que não voltamos depois de mortos.Os Espíritas acreditam, eu não. Mas bem que poderíamos voltar, porém como nós mesmos.
4. O que não se repete é a solidariedade, o amor, o carinho, a justiça, a união, o perdão, etc.
5. A mudança se faz inevitável. Isso em todos os sentidos.Precisamos mudar pelo menos um pouquinho, igual  a calça leg. Só quem continua do mesmo jeito é que merece estar morto. 

quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

Memórias

Memórias póstumas de Brás Cubas/Memórias sentimentais de João Miramar/Memórias de minhas putas tristes.
                                                                             ***

Memórias são vendavais. O que é que se encontra no porão?
Memórias baús
Memórias cânticos negros
Memórias--------------------------------------  solidão

terça-feira, 20 de dezembro de 2011

Na calada da madrugada

Alguém já acordou de madrugada e escutou de repente o som de um carro bem distante, rasgante que vai desaparecendo e só o que fica é o silêncio da madrugada? Nunca havia feito uma pergunta tão grande. Bem, às vezes isso acontece comigo. Fico a imaginar quem será essa pessoa. Estará chegando em casa ou saindo? Se for fim de semana, vem da farra. Ou será que está levando alguém ao hospital? Alguém, só alguém que não conhecemos. 
Quem mora perto de BR escuta muito o som desses carros que vão e vêm. Nesse vai e vem nossos pensamentos se misturam à velocidade do carro e ao barulhinho bom que vai decrescendo até voltarmos a nós. Somente eu, o meu eu e nada mais. Volto a dormir. Amanhã se aproxima com seus barulhos infernais.

segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

Diário de Corrida


Oi, sou Corrida. As pessoas me definem como substantivo abstrato, mas nem parece, pois quando os atletas estão em ação, sinto-me mais concreta do que qualquer outra coisa. Quem gosta de correr sabe o quanto é prazeroso suar e quando já está no fim eu, junto com qualquer atleta, sinto um prazer quase sexual. Assim que terminam o banho é que eu desapareço, só que por enquanto, porque no outro dia, lá estou eu de novo, prontinha, esperando para mais um dia de ação e vida. Renasço todos os dias por caminhos diferentes, em pessoas diferentes e isso é bom demais.

domingo, 18 de dezembro de 2011

O que é o amor?


Alguns meses atrás a jornalista Carla Vilhena, ex-Chico Pinheiro, se casou com seu primeiro namorado o advogado Carlos Monnerat. Isso me fez pensar no seguinte: Só se ama uma vez ou várias? Não tenho resposta. Uma amiga dela disse:"Agora Carla reencontrou o grande amor de sua vida. O primeiro marido foi ou não um grande amor? Passaram muito tempo casados. Tiveram dois filhos. Acho que isso conta. Não estou criticando a jornalista, pelo contrário. Todos têm o direito de refazerem suas vidas. Se por acaso, acho meio difícil, ela ler esse texto, embora que, com a internet nada é impossível, ela possa dar sua opinião.
Talvez o amor seja um menino. Cupido esteja sempre com sua flecha, atacando. Se for assim, amamos várias vezes e de formas diferentes.   

sábado, 17 de dezembro de 2011

Discussão


                                                       

                                                              Discussão


Em certo dia, um lápis disse a uma borracha:
- Ei sua branquela, por que está ai paradona sem fazer nada da vida?
- Não se meta em minha vida seu magrão!
- Eu não sou preguiçosa como você, eu passo o dia inteiro escrevendo e você não faz nada!
- E pode ate ser, mas sou eu que apago suas sujeiras.
-Sujeiras minhas? Você é uma intrometida, presa a mim, fica o tempo todo se metendo no que eu faço.
E os dois ficaram o tempo todo nessa discussão, até que acabou o dia e eles foram para a mochila do estudante, mesmo assim não acabou a discussão.
- Eu é que escrevo, faço as frases, os parágrafos, os textos, dou feição as letras e você o que faz? Nada.
- Sou eu que corrijo os seus erros, ainda acha pouco?
- Acho, por que sou eu que fico sempre juntinho ao nosso dono, e você? É usado de vez em quando e depois ainda é descartado.
Depois de um bom tempo veio o corretivo que com muita pose disse à borracha:
- Vá sua besta apagar os erros daquele lápis imbecil, faça como eu, só apago os erros da caneta que é muito gente boa!
                                 (Texto de Maurício, aluno do segundo ano A)



sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

O lápis e a borracha


Texto escrito por José Lurcílio, do segundo ano A. Uma proposta de produção de texto a partir de Um apólogo, de Machado de Assis.


O lápis e a Borracha
Ao chegar do colégio o menino pega a mochila e põe em cima da cama, pega o material: o caderno, um lápis e uma borracha. Coloca-os em cima de uma escrivaninha e vai pesquisar sobre um trabalho escolar. Enquanto isso o lápis falou:
- Mas que dia puxado, hoje a professora pegou pesado na redação.
A borracha que estava ao lado do lápis ouviu o que ele disse e falou:
- Dia puxado digo eu, tive que apagar tudo o que você errou, teve uma vez que apaguei um parágrafo inteiro só por que você fugiu do assunto.
- Isso foi só um erro técnico, mas nada de muito grave
A borracha retrucou:
- Erro técnico! Exclamou a borracha. Eu fiquei ate o pescoço de tanto apagar as suas bobagens.
O lápis falou:
- Tudo o que faço é uma arte, até um erro meu é reconhecido.
- Arte! Parecem mais um monte de garranchos e traços que vêm e vão, eu sim que sou o verdadeiro mestre que apago os seus traços errados, os quais você tem que fazer outros a partir de outros comandos.
- Só o que você faz é apagar, eu sim que mostro tudo o que o menino pensa, escrevo aquilo que vai fazer a historia, e você será esquecido com o tempo, até não existir mais de tanto apagar.
A borracha ouvindo aquilo que o lápis disse ficou pensando e viu que era verdade, que já estava pelo pescoço e logo não existirIa mais, então apareceu um apontador que disse para ela enquanto o menino escrevia com o lápis.
- Olhe lá borracha, lá para cima o garoto escrevendo com o lápis, logo logo não terá mais ponta, e ele terá que apontar o lápis mais uma vez e ele também vai deixar de existir.

                                                                                     MOSSORÓ, 16/12/2011

quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

Idosos


Amanhã é o III Natal solidário da Escola Estadual Abel Freire Coelho. Além de coordenar os trabalhos , fiquei com uma turma que vai para o abrigo de idosos Amantino Câmara. Na visita que fizemos semana passada, percebi o quanto o asilo mudou. Fazia muito tempo que não entrava lá. Tudo limpo, idosos no pátio, outros na cama porque não podem andar e um bom número de funcionários.
Apesar do bom quadro desse abrigo, ser idoso é um problema, aliás tudo é problemático neste país, inclusive para os idosos, pois são maltratados pelos parentes,  colocados em asilos e ainda muitos são os que sustentam a família com uma aposentadoria irrisória.
 Nessa visita, fiquei impressionado com uma senhora numa cadeira de rodas.  Loira, magrinha, olhos grandes, muito observadora e elegante. Deve ter sido muito bonita e de boas condições financeiras. Amanhã iremos revê-la.
Não há quem não fique sensibilizado por esses seres desamparados, quer estejam em abrigos ou não.

segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

Divagações III

1.Por que só começo a ler jornais e revistas do fim? Depois de alguns minutos, volto para o início e começo a leitura de modo linear.
2. Passei a tomar uma taça de vinho diariamente. Baco agradece.
3.Natal chegando. Fim de ano chegando. Os dias são todos iguais. Tenho que botar isso na cabeça.
4. Lembro de uma calçada. Nós dois tomando vinho. Você pensava em quê? Eu não era de muita conversa. Até porque se fosse, estava era curtindo o momento ali. Só nós dois. Não fui à missa do galo por sua causa. Parecia coisa combinada. Nós nos encontramos perto da igreja. Abandonei a todos e fugi com você. Se Conceição ficou com Nogueira não sabemos. Machado adora uma obra aberta. O que sei é que fui com você. Conceição deveria ter aproveitado. Menezes,o marido, a traía. Então, belo natal eu tive. E eu ainda reclamo. A vida é especial. Os momentos são especiais. Nada te devo. Nada você me deve.As horas é que não param. Só se eternizam nas lembranças. Hoje elas são feitas de neve, mas sem tristeza. É natal.

domingo, 11 de dezembro de 2011

Entre prostitutas, canibais e homossexuais


Caro Tennessee Williams,
         
                    Vejo prostitutas nuas, malandros, assassinos e homossexuais. Como você mesmo disse, "personagens que precisam de compreensão, ternura e segurança, porque são seres aprisionados pelas circunstâncias. Ficção e realidade se misturam a meus olhos. Assim como Jean Genet que gostava de ter esses personagens como protagonistas, vocês se mostram reais. Assim como também fez Nelson Rodrigues.. Essa realidade se transforam numa religiosidade humana. Somos todos meramente humanos.
 Escavo cavernas, Tenessee, a fim de chegar ao âmago desses seres tão vivos, em busca de satisfação pessoal. Escavo mais, arranho minhas unhas para satisfazer meu lado biológico, sair dele e percorrer com prostitutas, assassinos , homossexuais, ladrões, Engraçadinha e todos que estão escondidos a se mostrarem nus de corpo e alma. Convido-te a conhecer Hilda Furacão. Você iria entendê-la como ninguém.
Pois é, Tennessee, enquanto isso fico aqui esperando "Um bonde chamado desejo", quem sabe de repente neste verão todos que estão "À margem da vida" possam sair da caverna e encontrar a luz.
                                                      
                                                                                                           Fique em paz,
                                                                                                                    Edson

sábado, 10 de dezembro de 2011

Rimbaud


Bebi absinto com Rimbaud.
Os deuses eram de prata e ouro.
Nestas terras longinquas vivi o absurdo.
Implacavelmente gozei eternos poemas.
A música adentrou nos meus ouvidos
e um violino ciumento interrompeu meu prazer jazz-band.

Divagações II


Os escritores mais intimistas, os que falaram mais sobre os estados de alma, o interior das personagens, morreram cedo. Clarice morreu em 77, tinha menos de 60 anos; Fernando Pessoa com 47; Mário de Sá Carneiro se matou; Ana Cristina César se matou; Sílvia Plath se matou; Vírginia Woolf se matou e por aí vai, é melhor parar.  Falar sobre a vida é tão complicado que não damos conta. Ou se morre cedo para não endoidecer ou se comete suicídio por não suportar a existência. Passar para o papel é pouco, mas ainda bem que tivemos esses escritores e seu mundo que de alguma forma me faz entrar em epifania e aproveitar cada minuto da vida. Como diz Clarice, "O tempo urge", ou "...em pleno dia se morre". Tintin de lambrusco bianco amabile pra vocês.

Comentário de Costinha





Chico sales disse...
SHOPSI (Adélia Prado ) Hoje completa um ano que tou fazendo terapia - o que você conta ao doutor? Que tenho medo panifóbico de ver minha mãe morrer. - Só isso? Só. Coisa à toa feito não comer três dias porque vi formiga de asas, isso eu não conto mesmo. Só converso coisa séria. - E ele? É muito paciencioso. Diz que meu caso é difícil mas tem cura com o tempo. Qualquer dia me convida pra uma sessão no sítio. - Você topa? Tou pensando. Vai que aparece lá uma formiga de asas e apronta aquele escândalo. Me diz com que cara eu volto no consultório do homem? - Mas ele tá lá pra isso. Isso o quê? Tchauzinho, Catarina. - Tchau. Lembrei de você ao ler esse poema...

sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

Até o fim


Vou até o fim
da luz no fim do túnel,
da estrada,
mesmo que seja torta, sem fim.
Mesmo assim, vou até o fim.

quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

Divagações

                                         http://www.nossadica.com/teatro_commune.php

Fazer o quê quando o coração cala? A alma dita aquilo  que o pensamento e o coração estão cheios. Brigar pra quê? Nenhum quer ficar por baixo. Existe pecado de lado, debaixo do Equador. A linha negra realmente existe? Só sei quando for a Europa. A freira ao lado da mãe de um conhecido rezava só em pensar que iria atravessar. Ah! Viajar. Bom chegar, melhor voltar. Nossa casa, nossa cama quentinha. Salvador, me aguarde. Estou chegando. Mas por que foi que comecei  a falar em viagem? Ah! É tudo uma viagem. Fazer o quê, se o coração não para, pulsa por você, Mundo. 

quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

Passarinho

                                                    (http://mariavani.olhares.com/foto/27208)

Agora em dezembro vai fazer um ano que adentrou na área de minha casa um passarinho. Entrou devagarinho, meio perdido, olhar perdido e tratamos de cuidar do bichinho que deve ter se perdido em alto voo, de seus companheiros. Ter aportado em minha casa bem próximo ao natal foi muito bom. Uma alegria entre a tristeza que essa época me traz. Trazia, este ano vai ser o primeiro natal que vou passar feliz. Mas, voltemos ao assunto da crônica. Arranjamos o melhor lugar para ele ficar. Já fazíamos algum tempo que não criávamos gatos, então a casa ficou só para ele. Tínhamos uma gaiola, não sei como ela apareceu lá em casa. Tivemos medo do passarinho criar asas e fugir e também dos gatos dos vizinhos. Vivia metade fora e metade dentro da gaiola.
Num domingo à tarde, precisando abrir a porta para ir ao quintal, o passarinho saiu da gaiola e voou. Não chegou muito longe, caiu no final do quintal. Um gato muito ligeiro, abocanhou o coitado. Corri, mas o felino foi mais rápido e fugiu com nossa esperança, com nosso verde.
Não lembro quantos dias ele passou conosco, mas foram poucos. Como tudo na vida,  tudo que é bom dura pouco. O natal  não foi o mesmo. A vida teve que continuar.

                                                      ***

"Todos esses aí que estão atravacando o meu caminho, eles passarão, eu passarinho."
                                                                                    (Mário Quintana)

terça-feira, 6 de dezembro de 2011

Carnatal/ Ivete Sangalo

Pensei que tivesse aponsentado meus dias de folião, mas resolvi atender o pedido de amigos e fui para o carnatal. Um dia apenas dá certo brincar, quer seja em micaretas ou no carnaval.
Nunca havia saído com Ivete, por isso esperava mais em animação e repertório. Achei-a cansada e falei isso para os amigos. No outro dia veio a notícia: Ivete internada com meningite. Quanto ao repertório, ter escutado atirei o pau no gato foi o fim da picada. Mas tudo vale a pena, ganha-se em experiência e continuo gostando muito mais da Daniela Mercury.

segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

Ser ruivo

                                                   
                                         Em terra de morenos, ser ruivo é uma revolta involuntária.
                                                                                                   (Clarice Lispector)

Tudo que é normal e comum é uma chatice. Dizer não ao não. É proibido proibir. Transgredir é a palavra. Poema-processo. Antropofagia. Poesia marginal .Prosa poética. Carnaval.

sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

Confabulando IX


 "Bancos Centrais dos EUA e da Europa agirão juntos contra a crise."(UOL Notícias) 

1. Por que nunca há essa união para ajudar a África que sofre por causa da fome, grande número de pessoas com AIDS e grupos étnicos se matando. A África passa despercebida. O que importa são interesses próprios e hegemonia econômica dos que já são ricos.
2. Elvis me aparece de novo. Dessa vez uma mulher se diz filha dele e processa família. Famoso é famoso. Artista é imortal.
3. Quem me dera não fazer nada. Queria viver só para ler, assistir filmes e resenhar sobre tudo isso. Quem disser que gosta de livro de ponto ou bater cartão como em outras instituições estão mentindo. Existe coisa mais chata do que trabalho de banco? Acho que existe, mas fico só com esse exemplo para vocês perceberem como é chato trabalhar.Os brasileiros passam anos trabalhando, contribuem com INSS e no fim morrem na miséria.

quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

Adeus à Iracema

Iracema, 75 anos. Desde criança, minha vizinha. Dizia tudo o que lhe vinha a cabeça. A Tibério Burlamaqui ficou mais pobre sem a sua presença. Aliás, todas as donas de casa do meu quarteirão estão partindo. Só penso que um dia vou passar por isso, todos vamos passar, infelizmente. Mães não deveriam ir embora nunca.
Iracema tem ira no nome. Tinha tudo a ver com ela. Quando ficava com raiva, era um Deus nos acuda, mas sabia ser amável, ajudava os outros, dormia cedo e não gostava de calçadas. Criou dois filhos com mão de ferro e carinho. Soube educá-los a sua maneira. Fica a saudade inevitável. Viva Iracema. Teu nome já é um poema.