segunda-feira, 2 de maio de 2011

Nunca houve uma mulher como Bibi

 Quem tem medo de Bibi? Os homens, claro. Rica, independente, cuida do corpo, não se apaixona para sofrer, decidida, escolhe com quem vai ficar. Diante de tudo isso, os homens se sentem usados. A síndrome da fragilidade que antes era das mulheres, hoje são os machos que a tem.
Bibi ( Maria Clara Gueiros) não se deixa enganar. Ela sabe que muitos se aproximam dela por causa do seu dinheiro, mas ela sabe jogar a seu favor e o feitiço vira contra o feiticeiro. Quando eles pensam que vão lhe dar uma rasteira, ela muito mais esperta sai na vantagem e ainda abusa e se lambuza dos machos men. Essa mulher do século XXI não deixa barato. Aurélia Camargo tinha muito que aprender com Bibi. A personagem de José de Alencar ama demais Fernando Seixas.  Ela passa a narrativa toda humilhando o marido, mas no fim se entrega a esse amor que tudo perdoa. Aurélia era rica, bonita, loira, olhos azuis, também poderia ter o homem que quisesse, porém sucumbe ao amor de quem a rejeitou. Coisas do sec. XVIII.
 Alencar entra na questão da emancipação da mulher, por isso Senhora ter um pé no Realismo, mas como a história termina como as demais no "foram felizes para sempre", a obra pertence ao Romantismo.
Portanto , as Bibis são raras, mesmo com toda a emancipação feminina, mesmo com mulheres ocupando altos cargos, as próprias mulheres não gostam do tipo de mulher como Bibi, mas isso é um falso moralismo que não cabe aqui discutir. A mulher precisa ser e saber ser independente. A personagem de Maria Clara está na sua casa toda noite para provar isso.

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