segunda-feira, 2 de janeiro de 2012

Minha janela


Mandou tapar a janela para colocá-la em outro lugar. Depois da mudança, lembrava  de fechá-la e ia para o lugar em que  ela estivera antes. "Ah, cabeça minha" O ato repetitivo durante anos nos acomoda, leva algum tempo aceitar o novo. 
É assim ao se perder um braço ou uma perna. Imaginamos que o órgão ainda está no mesmo lugar. 
O seu braço encostado em mim, demoro a dormir por não senti-lo. Rolo na cama. O sono não vem.
Meu bem, meu bem, só você me faz bem. Só quem é louco não sabe que os costumes podem matar. Libertem os ratos de laboratório. Libertem-me de você. Deixem livres os pensamentos e que as palavras me tragam a mim.Gostaram do pleonasmo?Agora me senti. Eu em mim..
Da janela não vejo mais o céu com suas nuvens. Deu lugar a um banheiro. Para onde vou olhar? Perdi minha fonte de inspiração. Meu céu companheiro, minhas nuvens de algodão. Vou olhar para o banheiro por um longo tempo. Quatro paredes a piscar.

Um comentário:

  1. Behaviorismo de todos os dia, Condicionando e convidando a ser feliz ou ao menos aceitar passivamente. Porque nos doi tanto saber que nossa liberdade está em outras mãos, Não deveriamos nos acomodar? Só se for do lado de fora da "cena", onde somos os diretores, não adestrando, Mas exercendo nosso ensaio da liberdade...

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