sábado, 25 de fevereiro de 2012

Carnaval II e Pedro Bial

Carnaval é carne
Com o aval da loucura
Carnal
Canibal.
         ***

O corpo- a Avenida
Os olhos- de todo mundo
Os braços- os teus
Quando os trios se encontram na avenida- nós dois
           ***

Não assisto Big brther, mas passeando nos canais parei quando Pedro Bial declamava uma poesia de Elisabeth Bishop, de quem gosto muito. Todo mundo sabe que ele é culto e quer transformar esse programa um pouco cultural, mas o BBB de cultura não tem nada. 
Enfim, gostaria de compartilhar uma poesia dessa grande mulher com vocês. Quem me dera Costinha que minhas poesias fossem tão bem escritas quanto as delas. Obrigado por dizer que as minhas se parecem com as delas.
                
           A arte de perder
Tradução de Paulo Henriques Britto

“A arte de perder não é nenhum mistério;
Tantas coisas contêm em si o acidente
De perdê-las, que perder não é nada sério.
Perca um pouquinho a cada dia. Aceite, austero,
A chave perdida, a hora gasta bestamente.
A arte de perder não é nenhum mistério.
Depois perca mais rápido, com mais critério:
Lugares, nomes, a escala subseqüente
Da viagem não feita. Nada disso é sério.
Perdi o relógio de mamãe. Ah! E nem quero
Lembrar a perda de três casas excelentes.
A arte de perder não é nenhum mistério.
Perdi duas cidades lindas. E um império
Que era meu, dois rios, e mais um continente.
Tenho saudade deles. Mas não é nada sério.
– Mesmo perder você (a voz, o riso etéreo que eu amo) não muda nada. Pois é evidente
que a arte de perder não chega a ser mistério por muito que pareça (Escreve!) muito sério. “

    ( ELISABETH BISHOP)

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